Humberto é denunciado Da Editoria de Política, em 26 de setembro de 2006 O ex-ministro da Saúde Humberto Costa e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foram denunciados ontem pela Procuradoria da República no Distrito Federal por envolvimento com Máfia dos Vampiros.

O esquema, montado no Ministério da Saúde, sobrevivia de propinas e compras superfaturadas de medicamentos para tratamento de hemofilia e diabetes.

Humberto – que é o candidato do PT ao governo do Estado – foi denunciado pela prática de formação de quadrilha e corrupção passiva.

Delúbio, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

De acordo com o MP, o ex-ministro da Saúde dava respaldo ao esquema.

Além de Delúbio e Humberto, o procurador Gustavo Pessanha Velloso apresentou uma lista com nome de outros 11 acusados de envolvimento no esquema, entre eles, Edilamar Martins e Platão José Ervin Pühler, ligados ao governo passado (FHC), e Luiz Cláudio Gomes da Silva, ex-assessor de Humberto no ministério.

Todos constam do aditamento de denúncia apresentado pelo Ministério Público.

Se a lista for admitida pelo juiz, eles passarão a integrar a ação na Justiça aberta em 2004 para investigar e punir envolvidos na Máfia.

Nesta ação já constam outros 19 acusados.

O procurador Gustavo Pessanha pediu ainda que outros dois nomes diretamente ligados ao PT, o publicitário Duda Mendonça e o ex- ministro José Dirceu, sejam alvo de uma investigação mais detalhada.

Há indícios de que ambos também estavam envolvidos no esquema criminoso.

Segundo Pessanha, o nome de Duda Mendonça foi citado numa das fitas colhidas durante a investigação da Polícia Federal.

O nome de José Dirceu, por sua vez, constava num documento também coletado durante a investigação, ao lado de uma determinada porcentagem.

Na nova análise do Ministério Público, também foi citado o deputado José Janene.

No entanto, Janene não foi incluído na lista do MP.

Como parlamentar, ele tem foro privilegiado.

Os documentos relativos ao parlamentar serão enviados à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal para que providências sejam tomadas.

Concluída esta nova etapa de investigações, Pessanha foi categórico: “A Máfia dos Vampiros funcionava num esquema bastante similar ao do mensalão”.

A inclusão dos nomes é fruto da análise feita pelo Ministério Público de documentos e fitas que, durante quase um ano, ficaram em poder da Polícia Federal.

Justamente por ter conhecimento de apenas uma parte dos documentos, o MP denunciou, em 2004, apenas uma parte dos envolvidos. “Com documentos que depois chegaram as nossas mãos, surgiram novos personagens, novos protagonistas”.

Velloso classificou a entrega parcial de provas, no início do processo, como uma “falha grave” da Polícia Federal. “Não podemos dizer se é falha involuntária ou má-fé”, afirmou.

Agora, o Ministério Público Federal deve abrir auditoria independente para investigar as razões da entrega parcial de documentos - e da supressão de trechos justamente que envolviam nomes de primeira grandeza do governo.