BRASÍLIA - A visita do ministro da Justiça, Tarso Genro, a Mônaco não ajuda em nada no processo de extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, segundo a procuradora-geral do principado, Annie Brunet-Fuster.

Tarso chega nesta segunda-feira a Mônaco. “É uma visita de ordem diplomática, que demonstra a importância do caso.

Ele decidiu vir e deve assumir a responsabilidade.

Não posso impedi-lo de vir.

Ele será recebido de forma cortês, mas no plano judiciário o que preciso é dos documentos”, disse ela.

O Ministério da Justiça diz que a viagem ao principado é uma demonstração da relevância do caso do ex-banqueiro para o governo brasileiro. “O ministro Tarso daria uma demonstração firme de que o governo Lula está preocupado com a moralidade no País, se mudasse o comportamento em relação aos mensaleiros e outros bandos que atuam na administração lulista e no PT”, diz o líder Democrata José Carlos Aleluia (BA).

Para o deputado, a Justiça precisa enquadrar Cacciola, mas “não pode atuar com dois pesos e duas medidas”.

Aleluia refere-se às centenas de quadrilheiros de Lula – mensaleiros, aloprados, sanguessugas - que continuam agindo livremente dentro e fora do governo, enquanto o governo faz manobras diversionistas, prendendo, através de sua polícia política, bicheiros, traficantes e outras figuras, como Cacciola… “Claro que todo bandido deve ser preso e processado.

Mas, Lula não pode separar o seu bando de outras quadrilhas.

Todos têm que ser punidos.

Essa viagem do ministro da Justiça é mais uma manobra diversionista”, critica Aleluia.

Alguns notáveis cúmplices de Lula, segundo o líder Democratas, zombam da Justiça e da sociedade.

De familiares, filho e irmão, companheiros de décadas, como Dirceu, Delúbio, Sílvio Pereira, estão aí a desafiar a Justiça, sob a proteção do presidente das República. “Há pouco, tivemos o espetáculo grotesco durante a sessão do Senado que ´inocentou` Renan Calheiros.

O tarefeiro de Lula, Aloísio Mercadante, cooptou um a um os parceiros aliados a absolverem o presidente do Senado.

Este fato deveria prender a atenção do ministro Tarso Genro muito mais do que o caso Cacciola, já nas mãos da Justiça”, afirma Aleluia.

Cacciola e a “organização criminosa” montada por Lula não podem ter tratamentos distintos, cobra Aleluia. “Bandido é bandido”, lembra o líder.