Por Marcelo Cavalcante Na editoria de Política do JC Durante seis anos, Sílvio Luís Borba da Silva foi sinônimo de alegria para a torcida do Náutico.
Marcou gols e virou ídolo.
Agora, vestindo a camisa do Santa Cruz, também está fazendo os tricolores gritarem seu apelido no Arruda e aumentar a confiança de ver o time de volta à elite do futebol nacional.
Mas o atacante Kuki está bem perto de encarar um novo desafio na sua vida: o de lutar por uma vaga na Câmara dos Vereadores do Recife na próxima eleição, em outubro do próximo ano.
Amanhã (segunda, 24), o artilheiro tricolor se reúne com o presidente estadual do PPS, deputado federal Raul Jungmann, para traçar os planos da sua possível candidatura.
Por enquanto, a idéia ainda está sendo amadurecida.
Porém, Jungmann e o próprio Kuki enxergam um futuro promissor.
Mas, ao contrário do seu ímpeto nas quatro linhas do gramado, o atacante prefere a cautela no campo da política. “É uma nova área de trabalho para mim.
Por isso, tenho que estudar bem direitinho antes de assumir esse compromisso.
Não adianta entrar na disputa sem pretensões.
A candidatura a vereador exige muito trabalho.
Portanto, vou conversar e analisar a proposta do partido”, explica Kuki, revelando que também foi sondado por tucanos. “Um aliado do (senador) Sérgio Guerra também conversou comigo.” A “tabelinha” Raul Jungmann e Kuki não nasceu hoje.
Jungmann revelou que o atacante demonstrou interesse em 2005, quando participou, ao lado de Carlinhos Bala (então atleta do Santa Cruz), da campanha do desarmamento. “Naquela época, Kuki revelou o seu interesse por política.
Então, falei que o nosso partido estaria aberto para uma conversa no futuro.
E, agora, isso está acontecendo”, revela Jungmann, acreditando que Kuki será o principal atacante do PPS nas eleições do próximo ano. “Se tudo der certo, será uma grande aquisição do partido.
Ele tem carisma, é inteligente e pode fazer um belo papel na disputa”, afirma Jungmann.
Kuki nasceu no Ceará, mas foi criado na cidade de Roca Sales, interior do Rio Grande do Sul.
Chegou no Recife como um ilustre desconhecido do torcedor pernambucano em 2001 para vestir a camisa do Náutico.
Conquistou, além de três títulos estaduais, a admiração e respeito de todos.
No final do ano passado, Kuki recebeu o título de cidadão recifense, concedido pelo vereador Daniel Coelho (PV).
Neste ano, ele se transferiu para o Santa Cruz, clube do qual foi carrasco, sem tantos traumas. “Gosto demais do Recife.
Tenho uma identificação grande com o povo daqui.
E o meu pensamento é continuar vivendo na cidade”, diz.
O atacante ainda tem o seu domicílio eleitoral em Roca Sales.
No entanto, esse não pode ser considerado um entrave para a sua candidatura.
Afinal, segundo o TSE, o candidato tem até o dia 5 de outubro deste ano para fazer a mudança e disputar a eleição. “Eu já deveria ter feito isso há tempos”, admite.
Ao saber do interesse do companheiro de profissão em cair no campo da política, o atacante Robson, Robgol – eleito deputado estadual no Pará com mais de 33 mil votos –, manda o conselho: “É um árduo trabalho.
Não dá tempo nem para dormir direito.
O corpo a corpo é fundamental. É preciso visitar comunidades, feiras e diversos bairros”, ensina Robson, achando que as chances de Kuki de vencer a eleição seria maior se ele continuasse no Náutico. “Mas seria pior se ao invés do Santa Cruz, ele fosse jogar no Sport”.
PPS: Jungmann participou este ano do ato de filiação da cantora e dançarina Gretchen, que quer concorrer à prefeitura de Itamaracá.
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