Deu no Blog de Josias de Souza que o envolvimento do ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, na campanha de Eduardo Azerevo ao governo de Minas Gerais, em 1998, torna sua permanência no ministério praticamente insustentável.
Lula teria dito a auxiliares mais próximos que é “com dor no coração” que será forçado a substituir Mares Guia, seu coordenador político, caso ele seja mesmo incluído na denúncia que o procurador-geral da República, Antônio Fernado de Souza, vai encaminhar ao STF nas próximas semanas.
Pelo que mostra a reportagem da revista Istoé desta semana sobre o mensalão mineiro (leia aqui), Mares Guia não vai ter como negar seu envolvimnento com o esquema.
Na época, Azeredo concorria à reeleição ao governo de Minas.
Mares Guia era o seu vice.
Azeredo foi derrotado por Itamar Franco e, mais tarde, em 2002, conseguiu chegar ao Senado.
Segundo a Istoé, o ministro já teria admitido como sua a letra e a assinatura que aparecem em papéis onde estão indicados repasses volumosos de recursos para candidatos, na campanha de 98.
O mensalão mineiro foi uma espécie de projeto-piloto para o mensalão do governo Lula, que viria a ser executado mais tarde.
Até o momento, os indícios apontam que o esquema movimentou cerca de R$ 5 milhões, considerando apenas recursos de estatais mineiras.
Mares Guia era uma espécie de Delúbio Soares.
Indicava os nomes de políticos que seriam beneficiados pelos repasses.
Marcos Valério se encarregava da operação financeira popriamente dita, que também envolvia o Banco Rural.
De acordo com a Istoé, relatório da Polícia Federal indica que o esquema benficiaria 159 políticos em 1998.
Entre eles o atual governador Aécio Neves (PSDB) que, à época, concorria à Câmara Federal e teria recebido R$ 110 mil.
Bom para o governador de São Paulo, José Serra, que pode se consolidar ainda mais como candidato natural do PSDB à presidência em 2010.
No PT, dois nomes já aparecem como possíveis substitutos de Mares Guia: Jorge Viana, ex-governador do Acre, e Henrique Fontana, ex-líder do partido na Câmara.