O Grasmsci das Alagoas Por Nelson Motta Um velho homem de esquerda, com seu passado de lutas, Renan Calheiros, absolvido pelos seus companheiros de causa, agradeceu citando Gramsci.

Disse que a mídia está se transformando em partido político.

Talvez porque, diante das vilanias, bandalheiras e traições dos partidos e dos políticos aos seus eleitores e ao país, o interesse público tenha obrigado a mídia a preencher esse vazio e assumir os compromissos desmoralizados pelos políticos.

Nem mesmo um militante partidário, desde que alfabetizado, acredita que empresas comerciais concorrentes como a Folha, o “Estadão”, “O Globo”, o “Zero Hora”, a “Veja”, a TV Globo, o SBT, a CBN, a RBS e os maiores veículos de comunicação do país, que disputam ferozmente leitores, espectadores e anunciantes, juntaram suas forças em uma conspiração para destruir as reputações ilibadas dos patriotas Renan e Zé Dirceu.

Para eles, só os veículos “independentes” -que vivem de publicidade do governo e de estatais- têm isenção para noticiar e comentar o mensalão, os sanguessugas e o caso Renan.

Mas o povo é ingrato e despreza tantas qualidades, poucos compram as verdades deles.

Talvez a maioria absoluta dos anunciantes e da população não saiba escolher os jornais, blogs, revistas e TVs para anunciar e para se informar.

Só iluminados, como Dirceu e Renan, sabem como deve ser uma mídia democrática a serviço do país e dos cidadãos.

O duro é convencer as pessoas a acreditar nela.

E sobretudo neles.

Se os políticos e os partidos fizessem pelos seus eleitores uma pequena parte dos serviços prestados pela mídia independente -que não precisa deles nem do governo para sobreviver-, seríamos poupados de ouvir o Gramsci das Alagoas nos dar lições de ética e democracia.