Da Agência Brasil O Conselho de Ética vai investigar a denúncia de que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria participação em esquema de corrupção em ministérios comandados por seu partido.

Em reunião hoje (20) de manhã, a Mesa Diretora da Casa decidiu encaminhar, por unanimidade, a representação do P-SOL ao conselho.

Este será o quarto processo que Renan terá de enfrentar na Casa.

O vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), disse considerar esta e a primeira denúncia, da qual Renan foi absolvido na semana passada, “as mais complexas em termos de indícios”.

As outras duas, na opinião dele, “são mais superficiais”.

Apesar de encaminhar por unanimidade essa representação ao Conselho, Tião Viana disse que, para ele, essa denúncia “se comporta como uma queixa-crime e não como uma quebra de decoro”.

Segundo ele, a quebra de decoro fica configurada quando o parlamentar assume que mentiu, que está envolvido na denúncia ou quando fere o Regimento Interno da Casa. “O que temos é a denúncia de uma organização criminosa envolvida com o sistema financeiro e com ministérios e que, supostamente, envolveria o senador.

Não tem nada que configure quebra de decoro”, explicou.

Segundo Tião Viana, a advocacia-geral do Senado alertou para a proibição de juntar os processos contra Renan em apenas um só. “São matérias legislativas diferentes.

Ninguém vai cometer um erro que é primário aqui na Casa de juntar matérias diferentes”, disse acrescentando que, caso isso aconteça, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado poderá considerar o processo inadimissível. “Mas podemos votar no mesmo dia os três relatórios de três relatores diferentes”, afirmou.

Dos integrantes da Mesa, apenas os senadores César Borges (DEM-BA) e Efraim Morais (DEM-PB), se manifestaram contrários à junção dos processos.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), entretanto, saiu da reunião com a certeza de que a proposta de junção dos três processos que estão em andamento na Casa serão discutidos na reunião do Conselho semana que vem. “Isso encurtaria os prazos e acabaríamos logo com essa tragédia.

Mas essa é uma recomendação ao Conselho e não uma decisão da Mesa”, afirmou.

Na semana que vem, o Conselho de Ética deve votar o relatório da segunda representação contra Renan, que investiga o suposto favorecimento de uma cervejaria por parte de Renan depois que a empresa comprou uma fábrica do irmão dele por preços acima do de mercado.