O presidente da OAB-PE, Jayme Asfora, classificou como covardes as acusações feitas contra ele, da tribuna da Assembléia Legislativa, pelo presidente da Casa, Guilherme Uchoa (PDT). “O presidente queria me descredenciar, me intimidar”, disse Asfora.
Ele assistiu das galerias à sessão em que a Assembléia aprovou o projeto do governo do Estado acabando com o nepotismo no Executivo estadual.
E se manteve em silêncio, sem poder responder a Uchoa, que usava o microfone.
No mesmo espaço, alguns degraus abaixo, estavam funcionários demitidos da OAB no início da gestão de Asfora, em janeiro.
Pouco antes, liderados pela ex-chefe de cerimonial da Ordem, Elaine Lemos, eles entregaram a Guilherme Uchoa uma relação com os nomes dos 19 funcionários exonerados.
Da tribuna, Uchoa leu os nomes de todos, informou o tempo de serviço de cada um, e insinuou que as demissões foram feitas para acomodar pessoas ligadas ao atual presidente da OAB-PE.
Também disse que vai encaminhar ofício ao procurador-geral Tadeu Alencar para saber o porquê de Jayme Asfora estar exercendo a presidência estadual da OAB com licença remunerada do Estado.
O discurso de Uchoa foi uma reação a declarações de Asfora, que se uniu a várias entidades no combate ao nepotismo.
O presidente da OAB-PE criticou duramente o que chamou de atitude arbitrária e anti-democrática do presidente da Assembléia na remoção de manifestantes que protestavam contra o nepotismo na tarde da terça (18).
Asfora chegou a comparar Guilherme Uchoa a Renan Calheiros.
Disse que o deputado usa a estrutura da Assembléia como se a Casa fosse sua propriedade, do mesmo modo que Renan estaria agindo na presidência do Senado. “Tem também o deboche.
Ele fica rindo da questão, do mesmo jeito que Renan faz quando é acusado de alguma coisa”, disparou.
VERGONHA Sobre as demissões na OAB, Jayme Asfora sustenta que renderam uma economia mensal de R$ 50 mil para a Ordem - cujo déficit em Caixa chega a R$ 7 milhões.
Ele admitiu que exerce a presidência da OAB com licença remurenada do Estado.
E argumentou que isso nada tem de ilegal.
Segundo Asfora, que é procurador do Estado, a lei complementar estadual 82/ 05 determina que qualquer servidor estadual concursado pode se licenciar para atuar em entidade de classe.
De quebra, prometeu que vai continuar combatendo a contratação de parentes no serviço público. “Uchoa não tem argumentos para defender o nepotismo.
Mostra despreparo jurídico sobre o assunto quando afirma que o Código Civil impede o fim dessa prática.
O debate é administrativo-constiticional.
Não tem nada a ver com o Código Civil.
Isso é uma vergonha para quem já passou pelo Judiciário.
Não sei onde termina a ignorância e começa a má fé”.
Aguarde os próximos capítulos.
Com informações do intrépido e igualmente incansável Sílvio Burle, repórter do Blog.