Durante a sessão que aprovou o Projeto de Lei do Governo do Estado acabando com o nepotismo no Executivo, a deputada Teresa Leitão defendeu, na tribuna, que a própria Assembléia apresente um projeto para acabar com a prática também no Legislativo.
Teresa, que desde o início da tramitação do texto do governo na Casa defendeu a sua aprovação, comparou a polêmica sobre o assunto na Assembléia aos debates levantados em torno da sessão do Senado que, na semana passada, analisou a cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). “O contexto da absolvição do senador Renan Calheiros tem trazido debates acalorados e tem feito surgir temas há anos adormecidos.
Como fim do voto secreto, fim das sessões secretas, a obrigação de que senadores ou deputados investigados pelo Conselho de Ética e membros da Mesa Diretora automaticamente tenham que renunciar.
Eu espero que esses assuntos não voltem como uma onda, mas que, de fato, possam se consolidar em ações e procedimentos”, disse a deputada.
Relembrando que o ex-deputado Nelson Pereira (PCdoB), apresentou em 2004 um projeto de lei pelo fim do nepotismo em todos os poderes e que, na época, só teve seu apoio na Casa, Teresa pediu aos seus pares para encarar a questão de forma suprapartidária. “Essa questão precisa ser encarada de forma coletiva.
A gente fica se queixando, reclamando das avaliações que fazem dos políticos, mas a gente precisa também corresponder aos anseios, fazer um resgate, uma recomposição do Poder que é maior do que nós.
Quero, portanto, em nome da minoria, que parece estar ganhando corpo, que após cumprida esta etapa (aprovação do PL do Executivo), passemos a debater o projeto de lei do Poder Legislativo”, concluiu.
PIMENTEL Ao fazer aparte ao pronunciamento de Teresa Leitão, o deputado Raimundo Pimentel (PSDB) disse que, na questão do nepotismo, muitos parlamentares declaram uma coisa para a imprensa e defendem outra nos bastidores. “Não é o seu caso, deputada, sempre muito coerente”, afirmou o tucano, antes de bombardear a fama de Nelson Pereira como pioneiro na caça aos nepotistas.
Pimentel lembrou que o comunista apresentou o projeto antinepotismo, mesmo mantendo dois ou três parentes no gabinete. “Perguntei a ele como defendia um projeto que ia de encontro à sua prática.
Sabe o que ele respondeu?
No dia em que a lei for aprovada, eu demito”.
Risos gerais.