O jornal The New York Times noticiou que o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos recebeu a doação de 116 fotos inéditas dos oficias da SS nazista e suas ajudantes femininas que trabalhavam no campo de concentração de Auschwitz, onde 1,1 milhão de pessoas morreram durante a Segunda Guerra Mundial.
Dessa vez, o que impressiona nas fotos não é o espetáculo de horror imposto pelos nazistas a judeus, ciganos e homossexuais.
Mas o contraste produzido por imagens que mostram os momentos de lazer vividos por oficiais da SS e suas ajudantes femininas em Solahutte, um albergue de recreação de estilo alpino, localizado nas proximidades de Auschwitz.
As fotos foram doadas ao Museu do Holocausto, em dezembro passado, por um ex-agente de inteligência do Exército americano.
Faziam parte de um álbum que foi mantido a partir de junho de 1944 por Karl Hocker, ajudante do comandante do campo, Richard Baer.
O álbum contém ainda oito fotos de Josef Mengele, médico do campo, famoso por seus experimentos bizarros e cruéis.
Essas são as primeiras fotos autenticadas dele em Auschwitz.
Mengele chegou a viver na Argentina, Paraguai e Brasil, onde teria se estabelecido até sua morte.
Perícia realizada pelo IML de São Paulo e a Universidade de Campinas em 1985 apontou como sua uma ossada submetida a exumação no cemitério da cidade paulista de Embu das Artes.
Até hoje as únicas fotos conhecidas do mais famoso campo de concentração nazista pertenciam ao chamado Álbum Auschwitz, compilação de imagens tomadas por fotógrafos da SS na primavera de 1944 - atualmente propriedade do Museu do Holocausto de Israel, Yad Vashem.
Auschwitz foi abandonado e evacuado no dia 18 de janeiro de 1945 e liberado pelas forças soviéticas no dia 27 de janeiro do mesmo ano.
O organizador do álbum de recreação fugiu de Auschwitz antes da liberação do campo.
Chegou a ser lozalizado e julgado em 1963.
Ficou preso por sete anos até 1970, quando foi recontratado pelo banco onde trabalhava na então Alemanha Ocidental.
Morreu em 2000, com 89 anos.
O doador das fotos, que pediu para permanecer anônimo, tinha mais de 90 anos quando contatou o museu e morreu este ano.
Ele disse aos curadores que encontrou o álbum em um apartamento em Frankfurt, onde morou em 1946. (Com o Uol e New York Times)