“Não tenho mágoas do PT.

Tenho projeto político”, disse o deputado Paulo Rubem nessa segunda (17), na coletiva que marcou sua desfiliação do partido.

Um dos motivos que o levaram a deixar a legenda foi a falta de apoio encontrada para sua candidatura a prefeito de Jaboatão.

Paulo Rubem concorreu duas vezes, em 2000 e 2004, e quer viabilizar seu nome para a disputa em 2008.

Mas a direção estadual do PT, nas mãos da corrente Unidade na Luta, se mantém distante de sua intensão.

E parece ter preferência pelo nome do deputado estadual André Campos, que hoje controla a estrutura partidária no município.

Campos também pertence à Unidade na Luta. “Hoje é mais fácil entrar no PT do que sair, já que o partido cresceu.

Muitos fizeram isso”, avaliou Paulo Rubem.

Mas ele negou que estivesse dando um recado aos neopetistas André e Carlos Wilson Campos.

A verdade, no entanto, é que Paulo Rubem tentou um entendimento com os dois irmãos para mostrar que reúne melhores condições na disputa pela prefeitura do segundo maior município do Estado.

Em vão. “Para André eu faço política \macro, enquanto ele foi no miudinho”, contou Paulo Rubem sobre o encontro com André Campos.

O miudinho, no caso, refere-se às táticas para dominar a estrtura partidária municipal através do controle de lideranças locais.

E sem a priorização de um projeto político mais amplo.

Paulo Rubem lembrou que teve 11% dos votos em 2000, quando disputou a prefeitura de Jaboatão pela primeira vez.

Chegou a 20% em 2004, numa aliança com PTB e PPS.

Sem guia eleitoral, sem recursos e, segundo ele, sem que o PT desse a devida atenção ao município. “Pode ser que agora o partido priorize uma candidatura em Jaboatão”, afirmou, com uma ponta de contrariedade.

Paulo Rubem tinha estabelecido o último sábado, dia 15, como data limite para o PT aceitar o seu nome como candidato a Jaboatão.

A resposta da direção estadual da legenda foi regimental: definições sobre candidaturas só no ano que vem.

Ele esperava antecipar o calendário elitoral para poder conversar com os eleitores da capital e do interior que o levaram à Câmara Federal.

E explicar a importância de concorrer à prefeitura de Jaboatão, há anos sufocado por administrações folclóricas e acusadas de inúmeras irregularidades. “Em qualquer partido, o entendimento sempre tem força maior que o regimento”, afirmou.

Paulo Rubem estuda o ingresso no PSB, PDT ou PCdoB.

Mas na coletiva dessa segunda ressaltou tanto a identidade com o governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, que deixou no ar a impressão de estar mais próximo dos socialistas.