Um telefonema nessa segunda (17) foi suficiente para desarmar a possibilidade de mais uma crise entre o prefeito João Paulo e o grupo do secretário estadual de Cidades, Humberto Costa, em torno da sucessão no Recife.
A iniciativa partiu do secretário.
Ele queria saber do prefeito se ainda está valendo o calendário traçado pelo próprio João Paulo para a definição de um nome à sucessão municipal.
O prefeito vive dizendo que, como coordenador do processo sucessório no seu arco de forças, não quer discutir nomes antes de janeiro de 2008.
No entanto, no último final de semana, ele teria se reunido com vereadores do Recife para supostamente costurar o apoio a seu candidato preferencial: o secretário de Orçamento e Planejamento Participativo João da Costa. “O prefeito disse que o cronograma está valendo, sim”, tranqüilizou-se Humberto. “Não temos veto a João da Costa.
Mas queremos o direito de discutir e os partidos aliados também”, contou.
Defensor da candidatura única, ele reafirmou sua posição de não concorrer em eleições majoritárias enquanto não for inocentado no processo a que responde na justiça (ver post mais abaixo).
Humberto voltou a lembrar que a definição do candidato do PT em 2008 pode passar por uma negociação visando ao Senado em 2010. “Política não dá certo se somente um ganhar”, avaliou. “Lógico que 2010 ainda está longe.
Agora, João Paulo lançou João da Costa no meio de 2006”, destacou. “Não quero antecipar o debate.
Mas não é nenhum crime que a Unidade na Luta (corrente a que pertence o secretário), não sendo considerada agora (na chapa de 2008), possa ter uma participação em 2010 (concorrendo ao Senado)”, avaliou.
Ele entende que a vaga ao governo do Estado, na chapa majoritária das esquerdas em 2010, será reservada à reeleição de Eduardo Campos (PSB).