Com informações da Agência Efe.
O correspondente chinês do New York Times Zhao Yan, preso há três anos, foi libertado no sábado (15/09).
Ele havia sido aprisionado sob a acusação de revelar um segredo de Estado: a esperada renúncia do ex-presidente Jiang Zemin de seu último cargo como chefe militar.
Sua libertação foi confirmada pelo Clube de Correspondentes Estrangeiros na China (FCCC), que pediu mais transparência ao governo e a preservação dos direitos trabalhistas do repórter. “Continuamos preocupados com a falta de transparência no processo que levou Zhao à prisão por suspeitas de revelar segredos de Estado e por fraude.
Pedimos que o Governo torne públicas as acusações”, afirmou o FCCC em nota oficial.
A proximidade com as Olimpíadas tem tornado as críticas ao regime chinês ainda mais ferozes quando o assunto é liberdade de imprensa.
A China havia se comprometido a melhorar a situação da liberdade no país ao ser escolhida como sede olímpica.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) tem se recusado a assumir uma postura de cobrança sobre o assunto. “Durante três anos senti falta da minha família, especialmente da minha avó materna, que tem mais de 100 anos.
Me dedicarei a eles por algum tempo e depois verei amigos e colegas e escreverei minhas impressões”, declarou Zhao.
Ele foi descrito por Bill Keller, diretor executivo do NYT, como um “honrado trabalhador, cuja única falta parece ter sido exercer o jornalismo”.
De acordo com a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), existem 35 jornalistas e 51 ciberdissidentes chineses presos por publicarem informações incômodas ao regime. “Zhao Yan nunca deveria ter sido preso”, declarou Sophie Richardson, diretora para a Ásia da ONG Human Rights Watch.