Da Folha de São Paulo Fernando Gabeira (PV-RJ) pediu ontem o início do movimento “Se entrega, Corisco” para exigir o afastamento do chefe do Senado, Renan Calheiros, em substituição ao “Cansei”, na 13ª Bienal do Livro do Rio, que acontece no Riocentro.

O deputado participou do debate “A Sociedade em Movimento: Educação, Política, Legislação e Protesto”, ao lado do filósofo Adauto Novaes e do sociólogo Candido Mendes.

Para um auditório lotado, Gabeira disse que Renan está “agindo como culpado, logo, a tarefa da sociedade é derrubá-lo”.

Em resposta a Candido Mendes, que disse ser contra manifestações por e-mail e que o povo deveria marchar contra a absolvição de Renan, Gabeira disse que as novas tecnologias têm de ser usadas. “Não temos mais os dínamos do passado.

A CUT, o MST e a UNE, que estiveram do nosso lado na luta pela democracia, não se posicionaram sobre o caso Renan.

Ficaram esperando o que o governo ia fazer”, disse.

Em resposta a uma pergunta da platéia sobre se não seria mais correto respeitar a decisão do Senado, Gabeira disse que “as pessoas que pensam assim estão desrespeitando o povo brasileiro.

Por que não votar de portas abertas se é o que a população está pedindo?” Foi bastante aplaudido.

Mendes fez duras críticas à imprensa, ao futebol e às novelas.

A primeira, por “exercer uma tirania sobre a classe média”; os últimos, por intoxicar a consciência da população.

Gabeira retrucou, dizendo que existe hoje uma saudável liberdade de opinião e que a imprensa tem exercido seu papel.

Disse, ainda, que os três senadores do Rio (Marcelo Crivella, Francisco Dornelles e Paulo Duque) traíram o voto de seus eleitores. “A luta continua.

O STF vai ser chamado a opinar.

Eles não vão escapar, não é possível que o Brasil siga dominado por quadrilhas.” Em outra mesa, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que votou sim na última quarta antes de tudo porque Renan mentiu. “Será que a lei sobre declaração de rendimentos permitiria que um cidadão comum não declarasse empréstimo por causa de questão de foro íntimo, que foi o que ele alegou?

Como um senador se comporta assim?”