Caro Jamildo, Leio no seu blog a informação de que a Caixa vai amanhã (hoje) aceitar, oficialmente, as ações da Compesa e voltar a fazer operações com o Estado de Pernambuco.

Envio para você um pequeno comentário meu sobre o assunto.

Desfaçatez A Caixa Econômica Federal faz oficialmente hoje o que se negou a realizar durante a segunda gestão do governador Jarbas Vasconcelos, quando o presidente Lula assumiu o Governo: aceitar, oficialmente, as ações da Compesa, negociadas com a empresa no início do mandato de Jarbas, em troca de um empréstimo de R$ 138 milhões para obras de abastecimento d`água, saneamento e habitação popular.

O reconhecimento tardio da CEF não pode e nem deve encobrir a grande responsabilidade do presidente Lula e da Caixa pelo Estado de Pernambuco ter permanecido quatro anos como vítima de uma retaliação sem sentido.

O próprio Jarbas chegou a comparecer a mais de três audiências com Lula sobre o assunto, sem que algo fosse feito.

Por que falamos em retaliação?

Porque a operação, feita no Governo Fernando Henrique, foi legal, não havendo razão para o Governo Lula dar um passo atrás, como deu.

E se havia qualquer dúvida sobre isso a solenidade de hoje põe por terra os argumentos que a CEF utilizou na Gestão Jarbas para deixar Pernambuco a pão e água.

Tão logo o governador Eduardo Campos assumiu o cargo, houve uma guinada de 360 graus na postura da Caixa.

O próprio governador chegou a anunciar, antes mesmo da posse, que a questão estava resolvida e desconfiamos de que, se demorou oito meses para que tudo ficasse preto-no-branco, deve ter sido para não deixar tão às claras que o Governo Lula havia adotado uma postura mesquinha durante quatro anos. É necessário que se diga que Pernambuco não perdeu apenas na área de abastecimento, saneamento e habitação popular por conta dessa postura do Governo Lula.

Ficamos até sem conseguir recursos para o sistema de transporte público.

Um projeto de investimento de R$ 15 milhões que o Governo passado enviou à Caixa para construir todos os terminais integrados previstos para a Região Metropolitana, foi recusado sob a alegação de que a CEF não podia operar com o Estado.

Mais sem sentido ainda foi o fato de este projeto ter sido levado ao BNDES e aquele Banco também ter se recusado a fazer a operação, informando que a Caixa era contrária a operações com Pernambuco enquanto a situação das ações da Compesa não fosse normalizada.

Quem vai pagar por isso?

Quem vai responder pela falta de investimentos diante dos pernambucanos que nada têm a ver com querelas políticas e retaliações administrativas?

A pergunta é pertinente neste dia e algumas pessoas que estarão presentes à solenidade no Palácio das Princesas se encontram no rol dos culpados.

PS: como repórter, só tenho a lamentar que a denúncia seja feita agora, quando a deputada está na oposição.

O ideal é que ela tivesse sido feita na hora em que a recusa ocorreu, de modo que o banco pudesse explicar-se.

Infelizmente, o que impera entre autoridades públicas é a manutenção das aparências, enquanto o interesse da população vai para o espaço.

Se cobram, os jornalistas são apontados como agitadores.

O próprio Jarbas Vasconcelos uma vez chamou-me de terrorista, numa reunião de governadores na Paraíba.