Líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, José Múcio Monteiro faz 59 anos no dia 25.
Quer de presente a aprovação da emenda que prorroga a CPMF até 2011.
O tributo renderá, este ano, R$ 36 bilhões ao Tesouro.
JC – Qual a principal missão deste semestre?
José Múcio – A aprovação da prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira). É a maior missão deste ano.
JC – Como estão as negociações?
José Múcio – Ontem (dia 5) tive uma reunião até 1h da manhã com Palocci (deputado federal e ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci (PT), relator da matéria na Câmara).
Digo que a minoria organizada (a oposição) prevalece sobre uma maioria que não se entende (a base governista).
Vamos ter uma semana dura.
Estamos tentando botar o relatório da CPMF em votação no Conselho nesta terça.
Depois é que segue para o plenário da Câmara.
Já no Senado a votação será muito mais apertada (O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, primeiro estágio da emenda, é o senador Marco Maciel, do DEM).
Precisamos de 49 votos.
Aí é que vai ser duríssimo…
JC – Por que?
José Múcio – Na Câmara precisamos de 308 votos.
A base tem 380 deputados.
No Senado isso é bem menor.
Não dá para garantir o quórum. É cair em campo para conter as ovelhas desgarradas.
JC – E qual é o impasse para aprovar a prorrogação da CPMF?
José Múcio – É que começa esse negócio de só voto isso se me der aquilo. É um jogo pesado (a oposição, sobretudo o PSDB, quer tirar de Lula algo que o tucano Fernando Henrique Cardoso não cogitou oferecer: a divisão do bolo da CPMF com gestores estaduais e municipais).
O calendário do governo é votar a emenda na Câmara até o dia 25 de setembro. É meu aniversário.
Queria ganhar isso de presente.
Depois a batalha é no Senado, em outubro.
Com informações de Cecília Ramos, no JC de 07 de setembro