Do site Consultor Jurídico O ministro das Relações Institucionais Walfrido dos Mares Guia e o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) negaram a participação no esquema do mensalão mineiro.

Segundo relatório da Polícia Federal, o ministro participou da movimentação de dinheiro sem origem declarada na campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998, de Azeredo.

Mares Guia era vice-governador.

O ministro anunciou que mandará fazer uma auditoria em todos os seus negócios.

Enquanto isso, Azeredo afirmou que os problemas financeiros da campanha ao governo de Minas Gerais, em 1998, não foram de sua responsabilidade.

O senador só teria tomado conhecimento deles posteriormente.

A assessoria de Azeredo alega que o autor da lista dos políticos beneficiados por recursos durante a campanha é o lobista Nilton Monteiro, que teria falsificado as informações e, até, a assinatura do então governador.

Na época em que a lista tornou-se pública, Azeredo processou Monteiro pela suposta falsificação.

De acordo com o relatório da PF, o comitê da campanha de Azeredo montou uma estratégia “para legitimar (lavar) os recursos que seriam empregados durante a dispendiosa campanha, tendo por base a utilização das empresas de publicidade de Marcos Valério no desenvolvimento da sofisticada técnica conhecida por commingling (mescla)”.

Ainda de acordo com o relato da Polícia, a mescla consiste “na utilização de estruturas empresariais legítimas para a reunião de recursos obtidos licitamente, a partir de atividades comerciais normais, com outros obtidos ilicitamente”.

Em nota, o ministro Walfrido dos Mares Guia informou que o resultado da auditoria em seus negócios será apresentado à Receita Federal e à Justiça. “As receitas das empresas do ministro são transparentes e oriundas de negócios absolutamente lícitos e declarados à Receita Federal.

Reiteramos que todas essas explicações foram dadas à Polícia Federal e estão documentadas”, diz a nota. “Não há nada na vida política e empresarial do ministro que não seja absolutamente lícito e transparente.” O comunicado nega as acusações de que Mares Guia teria arrecadado recursos para a campanha de Azeredo e argumenta que, na época, era candidato a deputado federal. “O coordenador geral da campanha de Azeredo em 1998 era o senhor Carlos Eloy e o coordenador financeiro era o senhor Cláudio Mourão.

Como qualquer correligionário, e acima de tudo amigo, o ministro Walfrido ajudou o então candidato Azeredo no segundo turno daquelas eleições, em ocasiões pontuais”, registra a nota.

Mares Guias afirmou ainda que fez um empréstimo em 2002, em nome de sua holding Samos Participações, para ajudar Azeredo a saldar dívida de campanha do tucano. “O dinheiro foi depositado na conta indicada nos papéis levados ao ministro.

O empréstimo foi quitado regularmente dentro das condições contratuais.”