Caro Jamildo, Em um momento de indignação escrevi esse artigo.
Não tenho a pratica jornalística, mas gostaria de mostrar a indignação de um cidadão.
Pelas vacas Por Igor Arrais de Sá Estudante de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.
Recife, 12 de setembro de 2007 Quando o Senador Almeida Lima (PMDB) comemora a absolvição de Renan Calheiros (PMDB) afirmando que tal resultado é uma resposta a segmentos da sociedade que não podem pressionar o Senado, deve-se parar para repensar a verdadeira utilidade desta Casa.
Caro Senador, você foi eleito pelo povo, somos culpados de Vossa Excelência estar no poder, mas o senhor tem que pensar que eleições virão e nem sempre poderão os senhores parlamentares enganarem a nação.
Sei que o processo de retorno à ética da nossa nação ainda está distante.
Precisa-se primeiramente repensar a reestruturação das nossas instituições.
Ter um legislativo operante, não sendo uma banca de negócios mas uma “assembléia” dos interesses da nação é prioritário.
Enxugá-lo talvez seja uma solução racional.
Hoje a real utilidade do Senado é questionável. É de conhecimento geral que o Senado é uma Câmara Alta, ou seja, a elite encontra-se em tal instituição.
Mas será que a elite consegue representar os brasileiros que em sua maioria dependem do auxílio de programas assistencialistas porque não conseguem e não encontram meios de se auto-sustentar? Óbvio que Vossa Excelência não deve ser culpada por tudo, seria válido até que não respondesse mais ataques da imprensa.
Quem sabe gastar seu tempo lutando por verbas pra salvar seu Nordeste, seu Estado, um dos mais pobres do país, ao invés de priorizar a luta por algumas milhares cabeças do seu amigo “marajá” Renan Calheiros.
Coitadas das vaquinhas se Renan ficasse desempregado.
Elas realmente valem mais que o sertanejo que espera água na porta de casa porque o filho chora e pede um pouco de feijão.
No fatídico dia 12 de setembro de 2007 faltou a dança da pizza.
Quem sabe Welligton Salgado (PMDB) não se expira em Joelma da Banda Calypso e utiliza suas longas madeixas na dançinha.
Sugiro até nome: Faltou Tapa na Cara.
Uma mistura de brega, melodrama mexicano e o que faltou para Vossas Excelências, senadores.
Não podemos dizer que as abstenções foram a diferença no resultado pois tivemos ainda 40 que foram contra a cassação.
Ou seja, 46 malandros.
Será que teve mensalão dessa vez?
Ou Renan pagou pensão?
O caso Renan já era algo anunciado; foi apenas a culminância de um processo de deterioração dos interesses públicos.
Não se pode também dizer que este é um processo somente fruto das negociações para a coalizão do governo Lula.
As lideranças da oposição não conseguem convencer nem tampouco querer indiscutivelmente a cassação de Renan.
Chegamos a ver Tasso Jeressati ou Jarbas Vasconcelos pregarem uma transparência que não é comum à carreira deles.
Ou quem não se lembra Tasso, como presidente do PSDB, não punir Eduardo Azeredo, aquele do mensalão mineiro ou então Jarbas, ter seu governo envolvido em escândalos de corrupção na gestão dos presídios pernambucanos.
Ainda tem Marco Maciel, célebre por pouco falar.
A Ditadura que o diga.
Tão elegante ele na repressão, nada falava, mas seus aliados deixaram marcas e não foram poucas.
Vejo uma reunião de imorais no Senado.
Salvo algumas exceções, a última instituição que não se envolvia em escândalos generalizados jogou-se no precipício.
Falou-se da base de Renan, da oposição, mas e Lula?
Ele não ficou ausente nesse processo.
Intercedeu por Renan, tanto que seu partido, o dos 25 anos de luta pela “ética”, anulou votos ou votou contra.
E fez isso porque agora o presidente tem alguém no comando do Congresso que lhe deve favores, logo, mais fácil de controlar.
Mas tanto se falou, e a solução?
Não vejo em curto prazo algo bom.
Continuarão surgindo novos casos, Renan não deve continuar na presidência.
Não se pode dar preferência à guerra de egos e deixar votações importantes e essenciais para nação ao relento.
A convocação de uma Constituinte, reformas tributária, previdenciária e política são mais urgentes e trariam de volta a confiança da nação pela classe política.
Investigações, julgamentos e condenações devem ser papel dos tribunais de contas, ministério público e judiciário que provam a cada dia estarem em sintonia com a sociedade e desejarem contornar a situação atual.