Nesta semana, o Senado Federal votou pedido de cassação do presidente da Casa, o alagoano Renan Calheiros.
Na entrada do plenário, deputados federais que reivindicavam o direito de assistir à sessão - secreta e restrita aos senadores de acordo com o regimento do Senado - acabaram se envolvendo num empurra-empurra com seguranças, armados com equipamentos de choque.
Fora a cena constrangedora, nada de mais grave aconteceu.
Ainda bem.
Por coincidência, nesta sexta (14), faz 50 anos que um outro pedido de impedimento, envolvendo um alagoano poderoso, produziu cenas de violência em uma casa legislativa.
Mas daquela vez, a briga acabou em morte.
Corria o ano de 1957.
Na Assembléia Legislativa de Alagoas, os deputados oposicionistas pediam o impeachment do governador Muniz Falcão, diante do clima de violência que imperava no Estado.
Na tarde do dia 14, quando seria analisado o impedimento, deputados da base governista partiram literalmente para o ataque disparando tiros de metralhadora no plenário.
Alguns oposicionista reagiram a bala.
Quatro deputados da oposição ficaram feridos e um, Carlos Gomes de Barros, morreu.
Entre os governistas, uma morte: Umberto Mendes, sogro do governador Muniz Falcão.
O pânico tomou conta de Maceió.
A cidade ficou às escuras e o comércio fechou durante três dias.
A situação só voltou ao normal quando o Exército assumiu o controle da segurança, contando com reforço policial do Recife.
Poucos dias depois, o presidente JK decretou intervenção no Estado. (Com Wanessa Campos, do Departamento de Pesquisa do JC)