No seu blog, o mestrando de sociologia da UFPE Otávio Luiz Machado reclama do silêncio da UNE em torno do Renangate.

Levanta uma boa discussão, ao apontar o financiamento de projetos da instituição pela Casa, com o nome de vários senadores e suas emendas para a entidade.

Incluindo o nome do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha.

Na sua avaliação, a UNE realmente se distanciou das lutas estudantis e tornou-se uma entidade ligada aos interesses menores de sua cúpula. “São projetos milionários para a produção de livros contando a história do movimento estudantil.

Num deles, já aprovado, são gastos R$ 2,3 milhões.

Noutro, o projeto soma R$ 1,5 milhão”, diz. “O silêncio da Une mais uma vez assustou os estudantes.

Nem a situação do Senado da República merece sequer uma única “notinha” da direção da UNE.

Mas a situação é explicável: no momento a UNE busca captar mais alguns milhões de reais para aquilo que chama de “MEMÓRIA DA UNE”.

E tem a conivência de diversos Senadores e Senadoras. !

Veja uma das notas abaixo e dê uma navegada aqui: AS RELAÇÕES DA UNE E O SENADO (O SILÊNCIO DO ÓRGÃO MÁXIMO DOS ESTUDANTES BRASILEIROS PODE SER EXPLICADO) A atual (e também a anterior) “equipe” que compõe a diretoria UNE (União Nacional dos Estudantes) deveria explicar muito bem as suas relações com o Senado Federal, assim como deveria ser mais taxativa para afirmar que o grande volume de recursos públicos obtidos (e a obter) não tem afetado a sua pauta de atividades, incluindo as reivindicações justas dos estudantes e do próprio povo brasileiro.

Várias emendas parlamentares são oriundas de senadores que até pouco estavam articulando a permanência de um Presidente do Congresso sem condições algumas que continuar nem mesmo como Congressista, assim como de um Senador que até recentemente encontrava-se na condição de Ministro da Educação do Governo Lula.

E que seria a pessoa do Governo a tratar mais de perto a relação com as entidades estudantis.

Mais um silêncio da UNE diante do descalabro que nossa democracia sofre com o Congresso Nacional, leva-nos a refletir sobre o a UNE pretende com tais posições, sobretudo com a construção de um projeto de história do movimento estudantil iníquo, totalmente comprometido com as posições políticas de uma entidade política associada com uma outra entidade privada vinculada ao maior conjunto de mídia do nosso país. É bom que as autoridades brasileiras tomem providências quanto ao fato grave que atinge a integridade das instituições brasileiras e a própria democracia brasileira, sobretudo num assunto tão sério que é a memória de um povo, que está sendo manipulado e ao mesmo tempo financiado com MILHÕES DE REAIS oriundos de recursos públicos.

A relação entre o Governo Federal e as entidades privadas em questão precisam ser esclarecidas.

As entidades ligadas à produção do conhecimento histórico precisam se manifestar sobre a questão, pois não podemos deixar que um trabalho que a cada dia nos mostra resultados dos mais questionáveis seja mantido com recursos públicos eternamente.