Sem repercussão alguma em Pernambuco, o Jornal do Brasil divulgou matéria informando que 60 policiais pernambucanos estão trabalhando de graça na Força Nacional de Segurança no Rio desde os Jogos Pan-Americanos.
Curiosamente, não querem voltar.
O deputado Soldado Moisés, presidente do Sindicato dos Cabos e Soldados de Pernambuco, revela ao jornal que já recebeu diversas reclamações.
Desde a semana passada, tenta contato com a Senasp para conversar sobre o problema.
Mais de 60 policiais pernambucanos ajudam na segurança no Rio, mas, até hoje, nenhum quis voltar.
O motivo: Pernambuco têm o terceiro pior salário do Brasil. - Por pior que esteja sendo, a FNS gera prestígio ao soldado.
Não adianta voltar para receberem o mesmo salário de fome - diz.
Muitos soldados se mantêm apenas com os salários de seus respectivos Estados e, insatisfeitos, ameaçam uma debandada geral caso a situação não se resolva até segunda-feira.
Todos os policiais da FNS que trabalharam no Rio teriam direito a receber diária dobrada durante os Jogos, de acordo com o Decreto presidencial nº 6.145, publicado no início de julho.
Os policiais, porém, receberam apenas a diária única de R$ 120 e, desde 21 de julho, não viram mais a cor do dinheiro.
Procurada pelo JB, a Senasp prometeu responder quando resolveria a situação e quantos estão com salários atrasados.
Cada um tem até R$ 6.120 a receber.
Apesar de não terem que pagar pelo alojamento, os PMs que servem à Força têm de tirar do próprio bolso o custo com alimentação.
A maioria dos soldados se mantém apenas com os salários de policiais que recebem de seus Estados de origem.
Segundo o Ministro da Justiça, Tarso Genro, os 1.200 homens da FNS ficarão no Rio o tempo que for necessário e atuarão da forma como o governo do Estado decidir. “Se for necessário vamos intensificar as ações da Polícia Federal e da Força Nacional”, disse.