Por Fábio Guibu, na Agência Folha Primeiro suplente do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o advogado José Oliveira Costa (PMDB), 72, disse ontem em Maceió que, se assumir o cargo, não será um aliado de todas as horas do governo federal. “Eu nunca consegui ser governo, tenho esse péssimo hábito de ser oposição”, afirmou.
Distante da vida pública -mas não da política- desde o fim do seu terceiro e último mandato como deputado federal, em 1990, o advogado, que é dono de um escritório de advocacia em Maceió, declarou ser favorável à votação aberta em todas as circunstâncias, inclusive no julgamento de hoje.
Ele afirmou que torce por Renan, mas diz que está pronto para assumir o cargo, se necessário. “Não mudo o curso de um rio.
Ao admitir ser suplente, admiti as conseqüências.” Nas últimas eleições presidenciais, Costa votou nos tucanos Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Geraldo Alckmin.
Ele classifica o governo Lula de “democrático”, mas afirma ter “preocupações” com o PT.
Costa integra o grupo dos chamados “autênticos” do PMDB.
Ligado no passado ao ex-governador paulista Mário Covas, ele chegou a se filiar ao PSDB, na tentativa de conduzir o amigo à Presidência.
Deixou os tucanos quando o partido cogitou o nome de Fernando Collor de Mello para vice.
O suplente de Renan diz que se identifica politicamente com os senadores peemedebistas de perfil oposicionista Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS), entre outros.
Contudo, afirma que, no Senado, não faria oposição sistemática ao governo.
Parlamentarista, contrário ao modelo atual de voto proporcional, o advogado alagoano, que não era a primeira opção para ocupar a primeira suplência de Renan, defende o voto majoritário e o fim do voto de legenda.
Costa também diz ser favorável ao aborto e à união estável entre pessoas do mesmo sexo. É contra a redução da maioridade penal e a pena de morte.