Por Roberto Vieira Com um intervalo de 60 anos, duas manchetes do Jornal do Commercio retrataram a incredulidade do gigante norte-americano.
A primeira vez ocorreu em 7 de dezembro de 1941 quando 300 zeros japoneses atacaram a base americana de Pearl Harbor. 2500 americanos encontraram a morte naquele dia, a maioria militares.
A segunda ocorreu em Nova York no dia 11 de setembro de 2001 quando 19 terroristas de Osama Bin Laden destruíram as Torres Gêmeas.
Cerca de 3500 americanos morreram nesse dia.
Civis e bombeiros.
O ataque dos suicidas islâmicos guarda também semelhança com a tática dos pilotos kamikases na II Guerra Mundial.
Semelhança tática e filosófica.
Todos imaginavam estar cumprindo seu dever.
Todos julgavam garantido um lugar no paraíso.
O Presidente Roosevelt jurava não saber de nenhuma ameaça do ataque nipônico.
Porém Pearl Harbor lhe permitiu vencer a resistência do povo americano, contrário a idéia de entrar em uma nova guerra mundial.
Sem a ajuda americana, a suástica iria tremular na torre de Londres.
Churchill seria enforcado em Trafalgar Square.
Quem sabe nas escolas britânicas se cantasse ‘God Save the Führer”.
O Presidente Bush jurou de pés juntos não saber de nenhum plano da Al-Qaeda para atingir Nova York.
Porém, o 11 de setembro tornou possível um segundo mandato, o qual na época era deveras incerto, além de abrir os cofres americanos para a invasão do Afeganistão e do Iraque.
As manchetes retratam dois instantes em que a história tomou rumos inesperados.
Se Roosevelt combateu as potências do Eixo, Bush aproveitou e criou o Eixo do Mal.
Em um aspecto a história nos propicia um ponto de interrogação: Osama Bin Laden.
Pois é verdade que o Japão sofreu a destruição de Hiroshima e Nagasaqui, bombardeadas como a velha Bagdá.
Mas após a derrota militar o Imperador Hiroito converteu-se em fiel aliado americano.
E governou até o final dos seus dias.