A quarta-feira será mais um dia de protesto no Recife.

Uma passeata sairá do Parque 13 de Maio, com concentração a partir das 13h, percorrendo algumas ruas do Centro para marcar o Dia Nacional de Combate à Pirataria de DVDs e CDs.

O movimento é nacional e acontecerá em outras 58 cidades brasileiras.

Vestindo preto e com narizes de palhaço, donos de videolocadoras, clientes, funcionários, representantes e dirigentes de produtoras sairão em passeata até o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na Rua Visconde de Suassuna, na Boa Vista, para entregar uma representação pública cobrando ações de combate à pirataria.

O alvo são todos os responsáveis por coibir esse tipo de crime: polícias, Estado e prefeitura.

O Dia Nacional de Combate à Pirataria em DVDs e CDs foi criado pelas associações de videolocadoras e conta com o apoio da União Brasileira do Vídeo (UBV).

O destino da passeata será o Centro de Apoio Operacional às Promotorias Criminais (Caop).

Na representação constará a relação dos principais pontos de venda de DVDs e CDs piratas no Estado, a indicação de formas para combater a pirataria e um abaixo assinado. “Queremos que o Ministério Público provoque as autoridades, não importa se as Polícias Federal, Civil ou Militar, Prefeitura e Receita Federal.

Vamos mostrar que algo precisa ser feito rapidamente antes que mais locadoras fechem no Estado por causa da pirataria”, explica Manoel Silva, um dos organizadores do movimento no Recife.

Nesta quarta, a recomendação é que as locadoras fechem as portas como protesto e os funcionários participem do movimento.

Na representação será pedido, ainda, que todo material apreendido seja destruído publicamente.

O mesmo documento levado ao MPPE será encaminhado à Prefeitura do Recife com o objetivo de sensibilizar o governo municipal a inibir a venda de DVDs e CDs piratas por camelôs no Centro, através da ação dos fiscais da Csurb e Dircon. “O movimento é do Brasil e de todas as pessoas que sofrem de alguma forma com a venda de produtos ilegais.

Queremos convocar a todos, não apenas aqueles que trabalham com DVD. É o momento de reagirmos contra essa doença que tomou conta de todas as cidades e vem trazando muito prejuízo, direta ou indiretamente à sociedade, o que muita gente não sabe”, afirma Manoel Silva.

NÚMEROS Os números da pirataria impressionam.

Dados da Polícia Civil do Estado, da UBV e da Associação Brasileira de Videolocadoras (ABV) , mostram que Pernambuco já foi o campeão de venda de produtos piratas no Norte/Nordeste, chegando a ter 759 mil DVDs e CDs apreendidos no ano de 2005, o que foi recorde.

Em 2006 esse número chegou a 589 mil apreensões, perdendo apenas para Salvador, na Bahia, a cidade campeã em pirataria.

Ao se falar de Brasil, o comércio ilegal de produtos piratas provoca um impacto ainda maior.

O País deixa de gerar dois milhões de empregos formais e de arrecadar R$ 60 bilhões por ano, além de atrapalhar o crescimento da economia.

O Brasil é o quarto maior consumidor de produtos piratas do mundo.

Considerando apenas o mercado de vídeo doméstico, segundo dados da UBV, deixou-se de vender no primeiro semestre de 2007, um milhão de DVDs às locadoras, excluindo o mercado de varejo (lojas, magazines, sites, etc).