Do G1 A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), negou nesta segunda-feira (10) que a legenda terá papel decisivo no julgamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Marcada para quarta-feira (12), a votação em plenário será secreta, da mesma forma que a própria sessão, conforme diz o regimento. “Não tem essa de que o PT é quem vai decidir.
Tirando os partidos com apenas um senador (PC do B, PSOL, PRB e PP), haverá divisão em todos”, prevê a senadora.
A bancada petista no Senado tem 12 integrantes.
Para que Renan fique sem mandato são necessários 41 votos de 81 parlamentares, a chamada maioria absoluta.
No Conselho de Ética, o partido surpreendeu os aliados do peemedebista e os três integrantes do órgão disciplinar filiados ao PT votaram pela cassação – Augusto Botelho (RR), Eduardo Suplicy (SP) e João Pedro (AM).
Renan Calheiros será julgado sob a acusação de pagar despesas pessoais com recursos do lobista Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Junior.
No Conselho de Ética, 11 senadores pediram a cassação de Renan e quatro defenderam a absolvição.
OPOSIÇÃO Para a oposição, no entanto, a tese de que PT não decidirá o futuro de Renan é falsa.
O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) admite que o placar em plenário será apertado para qualquer lado.
E com os votos já esquadrinhados tanto na oposição como na base aliada, ele avalia que não resta dúvida sobre a importância da legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Está na mão do PT.
Eles têm uma bancada grande e apenas dois votos são conhecidos – Flávio Arns e Suplicy [que votariam pela cassação].”, contabiliza o parlamentar tucano.
Guerra ainda interpreta como crucial para o Palácio do Planalto o apoio do PT à absolvição de Renan.
Ele ironizou a ausência de Lula, que passa a semana em visita à Europa, justamente na semana decisiva do processo contra o alagoano. “Não é só assunto do Congresso. É assunto da maioria e interessa, portanto, ao presidente.
Em parte, é a liderança de Renan que garante a maioria do governo”, afirmou Guerra.
A Executiva do PSDB se reúne entre a noite desta segunda-feira e a manhã de terça-feira (11) para deliberar pelo voto sim, ou seja, pela perda de mandato de Renan por quebra de decoro parlamentar.
Os tucanos, no entanto, também enfrentam a possibilidade de traição.
Entre os aliados de Renan são contabilizados três votos do PSDB favoráveis à absolvição: Flexa Ribeiro (PA), Papaléo Paes (AP) e João Tenório (AL).
A bancada do PT no Senado se reúne nesta terça-feira para discutir a votação do processo em plenário.
O partido não fechará questão.
A líder do partido classifica como “impossível” a realização de qualquer prognóstico.
Nem mesmo considerando-se o resultado do Conselho de Ética. “Não posso aferir 12 por três”, resumiu Ideli Salvatti.