Do Uol O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), reúne toda sua bancada, nesta terça-feira (11), para recomendar que todos os senadores do partido votem a favor da cassação do mandato de Renan Calheiros. “Não tenho certeza sobre o resultado da sessão secreta, mas não vejo como Renan pode permanecer na presidência do Senado em virtude do processo e do desgaste a que ele se submeteu”, disse Virgílio.

O tucanato já esboça também a posição que irá adotar em relação à sucessão interna do Senado.

Vai se opor à eleição de José Sarney (PMDB-AP), nome preferido de Lula para substituir Renan no comando do Senado. “O PSDB não sabe o que quer, mas tem obrigação de saber o que não quer.

Não dá para elegermos a omissão.

Sarney foi o único brasileiro que não se manifestou sobre o caso Renan”, disse o líder do PSDB.

Embora não enxergue chances de vitória numa eventual candidatura oposicionista à presidência do Senado, o PSDB não exclui a hipótese de apoiar um nome alternativa, ainda que apenas para marcar posição. “Se percebermos que a velha oligarquia voltará à tona, poderemos lançar uma candidatura de protesto”, reconheceu Virgílio.

Conforme noticiado aqui no blog, o nome alternativo é o de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

A despeito da recomendação de voto da direção tucana, Renan Calheiros espera obter pelo menos três votos na bancada do PSDB, de 13 senadores.

São eles: Papaleo Paes (AP), Flexa Ribeiro (PA) e João Tenório (AL).

Nesta segunda-feira (10), em pronunciamento no plenário, um dos “traidores” deu indicações de que deve mesmo votar pela absolvição. “Não estamos julgando partidariamente”, disse Papaleo Paes. “Estamos julgando um cidadão que foi acusado de algo ilícito.

Temos que dar o voto da nossa consciência.

O que temos de analisar é se era o lobista que dava o dinheiro [para pagamento da pensão alimentícia da filha de Renan] ou se o presidente, por meio de seu amigo, provia o dinheiro”.

Papaleo recomendou cautela aos colegas: “De repente, podemos estar cometendo a maior injustiça, só por ouvir uma noticia aqui e ali.

Uma suposição da imprensa vira uma condenação.

Agora vem outra denuncia: supõe-se que tiraram dinheiro do Ministério da Previdência.” O senador parece dar de ombros para o fato de que a peça que recomenda o expurgo de Renan não é uma notícia de jornal.

O julgamento se dará com como base no relatório do Conselho de Ética.

Contém achados de uma perícia da Polícia Federal.

E traz a assinatura de uma colega de partido de Papaleo, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).