Uma das principais personagens da querela envolvendo a distribuição de 240 apartamentos populares em Brasília Teimosa, a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) não apareceu na audiência pública desta segunda (10), que discutiu o assunto na Assembléia Legislativa. “Fui convidada para a inauguração de uma escola em Lagoa de Itaenga e cheguei de lá há pouco”, contou a parlamentar agora à noite ao Blog.

De qualquer modo, Terezinha afirmou que a distribuição dos apartamentos em 2005, época em que era Secretária de Desenvolvimento Urbano do Estado na gestão Jarbas Vasconcelos, foi acompanhanda desde o princípio pelo Ministério Público de Pernambuco. “Não tenho por que responder responder a estas acusações já que a distribuição foi feita depois do Ministério Público aprovar as listas que foram encaminhadas”, contou.

A audiência foi convocada pelo líder do Governo na Assembléia, deputado Isaltino Nascimento (PT), para a apresentação de um relatório elaborado pela Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) sobre a posse dos 240 apartamentos distribuídos em 2005.

As galerias ficaram lotadas e divididas entre vaias e aplausos, dependendo de quem ocupava a tribuna. É que além do líder do governo Isaltino Nascimento e do líder da oposição, deputado pedro Eurico (PSDB), também falaram na audiência lideranças comunitárias.

De um lado, a torcida do Movimento de Luta pela Justiça e Direitos dos Moradores de Brasília Teimosa, que acusa o governo passado de ter feito a distribuição dos apartamentos para fortalecer líderes comunitários ligados à então secretária Terezinha Nunes e ao então governador Jarbas Vasconcelos.

Do outro lado, o grupo reunido pelas três entidades que participaram do processo de distribuição dos imóveis: Conselho de Moradores, Conselho de Mulheres e Associação de Ação Comunitária de Brasília Teimosa.

SEM CONCLUSÃO Na verdade, o relatório apresentado pelo presidente atual da Cehab, Jorge Carrero, não é conclusivo.

Por conta da greve do Judiciário, os moradores do conjunto residencial em questão não conseguiram retirar certidões comprovando que não são proprietários de outros imóveis nem beneficiários de outros financiamentos para a compra da casa própria - dois dos critérios observados na distribuição.

Com isso, a conclusão do relatório da Cehab não deve acontecer antes do final deste mês. “Se ficar comprovado que houve manipulação política na distribuição, vamos entrar com uma queixa junto ao Ministério Público para que mova ação contra os gestores do processo”, disse o deputado Isaltino Nascimento.

A deputada Terezinha Nunes não se abala.

Afinal, para ela, é mesmo o Ministério Público que pode resolver o problema, já que, como disse, o órgão participou da própria distribuição dos imóveis em 2005.

Seria mais um daqueles casos de muito barulho por nada.