A dois dias da votação da cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se viu nesta segunda-feira numa saia-justa ao visitar o Parlamento da Finlândia.

O presidente da Casa, Sauli Niinistö, propôs uma visita a Helsinque de seu equivalente brasileiro – o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL) –, para estreitar as relações do Legislativo das duas nações.

Lula procurou se esquivar e prometeu conversar com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), sobre o convite.

A Finlândia tem um Parlamento unicameral, com uma só Casa.

Já no Brasil, o equivalente seria o Congresso Nacional, formado por Câmara e Senado, e cuja presidência, nas sessões conjuntas, é exercida pelo presidente do Senado – atualmente, Renan Calheiros.

Ao dizer que repassaria o convite ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, Lula subtraiu de Calheiros parte de suas funções.

O engano do presidente não passou despercebido.

Os auxiliares que o acompanharam na visita ao Parlamento finlandês sorriram com a afirmação de Lula, feita ao final de um discurso de agradecimento a Niinistö.