Do Blog de Josias A quatro dias da sessão secreta de julgamento de Renan Calheiros, a oposição estima que faltam apenas três votos para que o mandato do presidente do Congresso seja passado na lâmina.
Os partidários da cassação já somariam 39.
Para que a cabeça de Renan seja apartada do pescoço são necessários 41.
Vão abaixo os números do bloco anti-Renan: DEM : os ‘demos’ somam 17 senadores.
Cinco desertaram para a facção de Renan.
Eis os nomes dos supostos quintas-colunas: Adelmir Santana (DF); Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA); Edison Lobão (MA); Efraim Morais (PB); e Maria do Carmo Alves (SE).
Restaram 12 votos a favor da guilhotina PSDB : a bancada dos tucanos tem 13 senadores.
Três bandearam-se para as fileiras de Renan: Flexa Ribeiro (PA); João Tenório (AL); e Papaléo Paes (AP).
Sobraram dez votos pró-cassação PMDB : é o partido de Renan.
Reúne a maior bancada do Senado, com 19 senadores.
A oposição contabiliza cinco peemedebistas adeptos da poda do mandato do colega de legenda.
São eles: Garibaldi Alves Filho (RN); Gerson Camata (ES); Jarbas Vasconcelos (PE); Mão Santa (PI); e Pedro Simon (RS).
PT : a bancada do petismo soma uma dúzia de senadores. É considerada por ‘demos’ e tucanos como fiel da balança.
Dos 12, estima-se que pelo menos seis vão ajudar na decapitação de Renan: Augusto Botelho (RR); Delcidio Amaral (MS); Eduardo Suplicy (SP); Flávio Arns (PR); João Pedro (AM); e Paulo Paim (RS).
Aloizio Mercadante (SP) é tratado, por ora, como voto duvidoso PDT : Tem quatro senadores.
Só um –João Durval (BA)— demonstra disposição para absolver o presidente do Senado.
Os outros três –Cristovam Buarque (DF), Jefferson Peres (AM) e Osmar Dias (PR)— querem ver a lâmina descer.
PSB : São três os socialistas com assento no Senado.
Antonio Carlos Valadares (SE) é dúvida.
Receia-se que vote alinhado com a milícia de Renan.
Patrícia Sabóia (CE) e Renato Casagrande (ES) votarão a favor da poda do mandato PSOL : José Nery (PA) é o único sobrevivente do partido de Heloisa Helena no Senado.
Ele é signatário da representação que pede a devolução de Renan a Alagoas por quebra do decoro Parlamentar.
Voto inequívoco pela cassação.
Feche-se a conta: 12 do DEM + 10 do PSDB + 5 do PMDB + 6 do PT + 3 do PDT + 2 do PSB + 1 do PSOL = 39.
Noves fora a possibilidade de traição proporcionada pela natureza secreta do voto, faltam 2 para 41.
O bloco anti-Renan nunca esteve tão otimista.
A contabilidade da guilhotina flerta com mais três votos: os de Aloizio Mercadante (PT-SP), Magno Malta (PR-ES) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
Amigo de Renan, Mercadante esgrime, em privado, discurso dúbio.
Mas seus interlocutores depreendem que pode aderir à cassação.
Magno Malta (PR-ES) deve a Renan o auxílio no arquivamento de uma representação em que era acusado de envolvimento na máfia das Sanguessugas.
Porém, receia que a comparação com o também capixaba Renato Casagrande, um dos autores do relatório que atestou a quebra de decoro de Renan, o deixe em maus lençóis no seu Estado.
Entre quatro paredes, diz que pode votar pela decapitação de Renan.
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) é ferrenho adversário de um lugar-tenente de Renan, Romero Jucá (PMDB-RR), na política de Roraima.
Em Brasília, Mozarildo tende a adotar posições opostas às de Jucá.
Daí a esperança da oposição de que ele se enrole na bandeira da cassação.
Se Mercadante, Magno Malta e Mozarildo engrossarem a conta da guilhotina, os 39 votos vão a 42, um além do necessário para devolver Renan a Alagoas.
O repórter submeteu os números da oposição a um soldado de Renan.
Ele reconheceu que houve uma redução na margem de votos contrários à cassação.
Ainda assim, questionou os dados.
Disse apostar, por exemplo, que, sob a sombra do voto secreto, as “traições” petistas não passarão de três.
Confia, de resto, em que as adesões de \demos\ e tucanos será maior do que imaginam as cúpulas das duas legendas.