Do G1 Os seguidos recordes na venda de veículos no mercado brasileiro –agosto teve 235,3 mil unidades vendidas, contra 217,4 mil em julho- estão trazendo de volta ao mercado de trabalho um grupo de metalúrgicos que pensava ter cumprido a jornada de trabalho: os aposentados.

A nova linha de produção tem cabelos brancos.

Para atender à demanda da indústria automobilística, que cresce sem parar (entre janeiro e agosto, as vendas no mercado interno somaram 1,53 milhão de unidades), uma fábrica de painéis e instrumentos para carros recorreu a quem já estava cansado de fazer nada.

O aposentado Sidnei Viana, de 65 anos, estava parado há 12, mas, agora, aconteceu o que ele já não esperava mais. “Vim, falei com a psicóloga, fiz teste e comecei. É bom, faz alguma coisa, movimenta o corpo.

E o dinheiro também é bom”, diz o metalúrgico.

Aos 60 anos, Nobushiro Suzuki voltou pra ajudar a produção com o conhecimento de quem trabalhou na empresa por 37 anos. “Foi uma vida que eu passei aqui.

Está sendo muito gratificante”, afirma Suzuki sobre o retorno ao mercado de trabalho.

Acima do esperado Ao todo, a fábrica já contratou 90 aposentados e criou turnos especiais aos sábados e domingos. “Prevíamos um crescimento na produção de 7% para 2007, mas vamos chegar a 10%”, diz o diretor de Gestão de Pessoas da Visteon Sistemas Automotivos, Leonardo Bissoli.

A indústria busca formas de atender ao apetite do consumidor.

Segundo a última pesquisa do Seade/Dieese, a taxa de desemprego para pessoas com idade acima de 40 anos caiu 10% de julho de 2006 para julho deste ano na região metropolitana de São Paulo.