Do caderno de Economia do JC O vice-presidente da General Motors do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, disse que Pernambuco abriga excelentes condições para uma nova fábrica, embora as negociações estejam em fase embrionária e o Estado esteja disputando o empreendimento com Minas Gerais. “Pernambuco tem ótimas condições para abrigar grandes empreendimentos”, afirmou o executivo.

Sem querer adiantar mais detalhes sobre o assunto, Pinheiro Neto disse que tem conversado com governador de Minas, Aécio Neves. “Devemos sempre avaliar as opções”.

De acordo com Pinheiro Neto, tudo depende da questão tributária. “Fala-se muito em guerra fiscal entre os Estados, mas quem é contra a guerra fiscal é a favor do cartel”, disparou Pinheiro Neto, referindo-se à concentração de investimentos no eixo-sul do País.

Foi por conta da questão tributária que a GM retirou de Pernambuco a central de distribuição de veículos, instalada em 2001 em Suape, relocando-a para o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, em 2005. “Hoje não há mais verdades definitivas”, afirmou, ao ser questionado sobre o fechamento da CDV em Suape. “Recebemos mais incentivos e, por isso, levamos a central para Rio Grande”.

A CDV de Suape foi instalada em 2001 com o objetivo de atender toda a região Nordeste, por meio da agilização da entrega de carros.

De Pernambuco, a GM já poderá usufruir de um incentivo especial dentro da nova lei do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe), aprovada em agosto deste ano, que prevê até 95% de desconto de ICMS para o setor automobilístico e farmacoquímico.

A empresa quer mais. “Eles pedem todo tipo de incentivo para todo tipo de imposto.

O quanto é possível, o quanto não é, vamos nos debruçar e ver até aonde se pode ir”, detalhou o presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper), Jenner Guimarães, responsável pela operação do Prodepe.

O Estado acredita que os fatores que vão determinar a escolha da GM são locais.

Por estar situado na região de atuação da Sudene, a montadora poderá usufruir de um desconto no Imposto de Renda (IR) de até 75%. “Minas não conseguiria uma condição melhor do que esta”, aposta Jenner Guimarães.

A GM também perguntou sobre opções de financiamento disponíveis.

Aí, também, a localização no Nordeste ajuda. “Aqui no Nordeste tem o FNE, que não está disponível no sul do País, por exemplo.

Fora isso, tem o BNDES, que é igual para todo mundo”, diz o presidente da AD Diper.

Segundo a secretaria da Fazenda de Minas Gerais, os incentivos fiscais são definidos caso a caso, não possuindo uma lei geral e específica para o setor automotivo.