No nosso entender, essa “blindagem” presidencial advém de três fatores .
Em primeiro lugar, a expansão global do capitalismo - a maior desde o último pós guerra - à qual nos associamos – ainda que mal e precariamente - sendo o nosso crescimento apenas superior ao do Haiti, que como sabemos encontra-se em guerra civil.
Em segundo, a imensa pletora de bolsas ou programas focados de transferência de renda, cujo carro-chefe é o bolsa família, o qual atende hoje a um em cada quatro brasileiros.
Por último, a herança bendita que lhe foi deixada pelo governo Fernando Henrique, e que ele e o seu partido tanto execraram, portadora, dentre outras, da estabilidade da moeda, do fim da inflação, e da reforma do Estado.
Esta situação tem ensejado graves distorções e prejuízos, por hora não de todo percebidos, duas delas em especial.
Primeiramente, os programas de transferência de renda - que poderiam ser chamados de “bolsas anestesia”, já que, se aliviam a dor da miséria e da fome – e por isso merecem todo nosso apoio - , jamais levam à plena cidadania, dado que inexistem “portas de saída” para o sistema, perpetuando a dependência dos que nele ingressam.
Assim, os que lá estão - sem empregos, educação, saúde ou previdência - lá ´permanecerão, a meio caminho entre a dependência do assistencialismo e uma cidadania precária.
Complementarmente, nesse clima de um conforto relativo derivado da expansão econômica, aliada aos programas assistenciais de massas, empurra-se com a barriga a necessidade de reformas: previdenciária, trabalhista, tributária, educacional e federativa.
Porém, não fazer ou não levar adiante as reformas, atende também ao caráter desse governo.
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