A Assembléia Legislativa realiza na próxima segunda-feira (10) Grande Expediente Especial, a partir das 15h, a pedido do deputado Isaltino Nascimento (PT), líder do Governo.
O objetivo da sessão é apresentar oficialmente aos moradores de Brasília Teimosa o relatório da comissão de sindicância que apurou as denúncias de irregularidades na distribuição de 240 apartamentos do Conjunto Residencial construído pelo Governo do Estado em 2005.
A apresentação será feita pelo presidente da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), Jorge Carrero.
A comissão constatou que em alguns casos houve a falta de documentos comprobatórios de atendimento aos requisitos exigidos pela empresa para os beneficiados – além da inexistência de critérios objetivos para escolha dos moradores.
Com isso, a Cehab decidiu, no início de agosto, recadastrar os atuais ocupantes dos imóveis.
O presidente da Cehab, Jorge Carrero, disse que o recadastramento – supervisionado pelo Conselho estadual de Habitação – visa identificar os imóveis em situação irregular para que os mesmos passem a ser ocupados por pessoas da comunidade que atendam aos critérios estabelecidos pela Cehab.
Após a Cehab anunciar o recadastramento, integrantes da Comissão de Luta pela Justiça e Direitos dos Moradores de Brasília Teimosa – que fizeram as denúncias – começaram a receber ameaças por telefone e a serem seguidos.
O grupo solicitou proteção a Polícia Civil, que está investigando o caso desde agosto.
Isaltino Nascimento foi procurado pela Comissão de Luta pela Justiça e Direitos dos Moradores de Brasília Teimosa logo após a distribuição dos imóveis, em 2005.
O grupo reclamava que muitos dos beneficiados fugiam ao perfil estabelecido pela Cehab, em detrimento de idosos e moradores que têm deficiências físicas e mentais e ainda hoje pagam aluguel.
O deputado, à época líder da Oposição, tentou sem sucesso sensibilizar os deputados da base do governo Jarbas Vasconcelos para investigar as denúncias.
O caso só ganhou destaque em novembro de 2006, quando as denúncias foram feitas ao Ministério Público de Pernambuco.
Somente após a posse de Eduardo Campos (PSB) foi que o Governo do Estado decidiu investigar as denúncias, nomeando uma comissão para tratar especialmente do caso.
O relatório já foi enviado ao Ministério Público para que sejam tomadas providências que o órgão julgar necessárias para o caso.