Do Uol News O destino do presidente do Senado Renan Calheiros será decidido na próxima quarta-feira, quando seus colegas de Casa votam o projeto que recomenda sua cassação.
Mas além do voto secreto, a sessão dos senadores também será reservada. “A gente fica assustada porque estamos acostumados com a Câmara, mais transparente, aberta, permeável a opinião pública, às nossas perguntas”, compara Lucia Hippolito. “O caso do senador Renan Calheiros tem nos mostrado que o Senado é uma bagunça.
A gente pensava ser uma Casa de senhores muito sérios e é uma brigalhada, uma coisa horrorosa, onde o Conselho de Ética sequer tem um regimento.” Lucia coloca que ninguém se dando conta de que o Senado tem determinados procedimentos diferentes da Câmara. “O artigo 190 do regimento interno do Senado diz que a sessão para a cassação de mandato é secreta. É só a gente lembrar do evento anterior a este, a cassação do senador Luiz Estavam foi secreta.
Renan está usando todas as prerrogativas que o regimento lhe confere.” “A gente tem apenas a lamentar que o Senado seja essa Casa secreta, fechada ao questionamento da opinião pública”, desabafa a cientista política, que destaca o que chama de “compensação”. “São apenas 81 senadores, eleitos pelo voto majoritário.
Se de um lado ficam felizes protegidos dentro daquele castelo que é o Senado Federal, agora tem que prestar contas à opinião pública, que ao fazer pressão, é a única que vai fazer a Casa se abrir.” Lucia analisa a votação do relatório. “Até o meio da semana, os aliados do senador contavam com 50 votos.
O resultado no Conselho de Ética e também na CCJ foi tão acachapante que as últimas contas dão conta de que ele tem entre 45 e 46 votos - sendo que precisa de 41, e a oposição tem uns 35.
Portanto, o problema vai ser o PT, que tem 12 senadores.
Ele absolve ou cassa Renan Calheiros.” “Os senadores já estão nervosos, estão achando que a fatura será espetada na conta do PT”, conclui a colunista do UOL News.