Renan & cia.

Por Jânio de Freitas A TAL RESPOSTA de aconselhamento que o ministro Nelson Jobim não deu, segundo o relato de sua visita de solidariedade à casa do senador Renan Calheiros, foi dada, sim.

Duvidoso é que possa mais beneficiar do que prejudicar esse senador hoje dependente, para manter-se, da falta de escrúpulos que o governo e o PT adotaram nas questões éticas, com os aliados bem retribuídos, desde o seu papel na CPI do mensalão.

Calheiros quis examinar com Jobim a tática que se traçara.

Sustentada a resistência no Conselho de Ética, logo mais, tentaria derrubar no Supremo Tribunal Federal a votação em aberto, já aprovada, dos relatórios sobre sua falta de decoro ou não.

Isto é, sobre a primeira das quatro acusações de falta de decoro que já coleciona.

A resposta que “não houve” de Jobim baseou-se no que seria uma atual empolgação cívica do Supremo, com o aplauso geral às decisões no caso mensalão, para deduzir que o recurso não teria chance alguma no confronto entre Renan e a indignação pública.

Se o recurso não é saída, a resistência no conselho também já demonstrou que não é.

Mas não há sinal de que isso ainda tenha algum significado.

A revoltada opinião sobre Renan Calheiros recai agora também, e talvez até mais forte, sobre os senadores -com as exceções mínimas.

Entre as evidenciações de acomodamento comprometido e de bate-bocas amolecados, o alvo maior da repulsa tornou-se o Senado, nisso estando a única realização a marcar o exercício da sua presidência pelo tão apoiado, no governo mas também em parte da oposição, Renan Calheiros.