O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi à tribuna para defender a Imprensa dos ataques sofridos pelo PT e pelo presidente Lula, nas últimas semanas. “Quem acompanha a política brasileira nos últimos 27 anos sabe o quanto o PT deve à Imprensa livre.
Afinal, a imagem de um partido ético, inovador e diferente dos demais foi construída a partir de milhares de reportagens veiculadas por este País afora, em jornais, emissoras de rádio, emissoras de TV e, mais recentemente, pela Internet.
Poderíamos dizer, sem medo de errar, que o PT é o principal filho da liberdade de Imprensa obtida com o fim da ditadura que se instalou no Brasil em 1964”.
Na avaliação do senador do PMDB, o presidente Lula e os petistas tentam transferir a responsabilidade por erros que ambos cometeram quando chegaram ao poder. “Que conspiração é esta, repetida reiteradamente pelo PT?
Foi a Imprensa que comprou o apoio de deputados para votarem com o Governo?
Foi a Imprensa que ampliou os gastos com os cartões corporativos da Presidência?
Foi a Imprensa que quebrou o sigilo bancário de um simples caseiro?
Foram repórteres pegos transportando dólares nas cuecas?
Foram editores que aparelharam a máquina pública federal?
Foram os colunistas que transferiam recursos de estatais para fazer campanha petista?
Foram os articulistas que se envolveram em mortes suspeitas de prefeitos do PT de São Paulo?”, questionou.
De acordo com o parlamentar pernambucano, se for realizado um levantamento, por exemplo, nos jornais brasileiros, entre o ano de criação do PT e sua chegada ao poder federal, este balanço será extremamente favorável. “Só não sei se continuará assim a partir de 2003, quando o PT e o Governo se envolveram em escândalos variados como o caso Waldomiro Diniz, o dos \vampiros\ e os \sanguessugas\ que foram levados para dentro do Ministério da Saúde, o dos Correios que expôs para todo o País o fisiologismo criminoso do \mensalão, o dossiê dos \aloprados\ na última campanha, e outros tantos envolvendo as estatais e os bancos oficiais”.
Para Jarbas Vasconcelos, num regime democrático, a relação entre Poder e Imprensa sempre será tensa, mas imprescindível. “Numa ditadura, não existe esta relação, não há liberdade.
Existe censura, repressão.
Num regime de força como o que o Brasil viveu durante boa parte do século passado, o ditador de plantão é quem tem a palavra final.
E não é isso que queremos novamente para o nosso País”.