O corte de apenas 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, anunciado hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), não foi bem recebido pelos empresários nacionais.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que a redução confirma a postura conservadora do Banco Central. “A expectativa da indústria agora é que o governo retome os cortes mais acentuados nas taxas de juros para que não se interrompa o atual processo de crescimento da economia.
Essa é uma condição fundamental para a manutenção do ritmo de crescimento do país”, diz Monteiro Neto.
Os técnicos da CNI alertam que a decisão do Copom é especialmente desfavorável à indústria.
Além dos juros elevados, o setor enfrenta a alta carga tributária, a desvalorização do dólar frente ao real e a crescente concorrência dos produtos estrangeiros nos mercados interno e externo.
Eles argumentam que o aumento nos índices de preços nos últimos dois meses não ameaça o cumprimento da meta de inflação estabelecida em 4,5% para este ano, porque é resultado de pressões concentradas em poucas categorias de consumo. “Como o custo do financiamento à atividade produtiva no Brasil permanece entre os mais altos do mundo, a acomodação desses choques deveria se dar por meio da redução dos gastos correntes.
Lamentavelmente, os sinais seguem na direção oposta, como evidencia a proposta orçamentária de 2008, em que se observam forte aumento de gastos e nova elevação da carga tributária”.