Na semana passada, a sede da superintendência regional do do Incra no Recife também foi palco de uma ocupação pacífica feita por trabalhadores da antiga usina Catende.
Mas daquela vez, o grupo que foi liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Catende (Sintaf), apresentou queixas contra o síndico da massa falida, Marivaldo de Andrade, e a presidente da Cooperativa Harmonia, Dulce Afonso.
Segundo o presidente do Sintaf, Manoel Amaro da Silva, e o diretor jurídico da entidade, Erivaldo Melo, 800 das 4,3 mil famílias que vivem hoje em terras da antiga usina não concordam com o modelo coletivo de reforma agrária que a massa faliada e a cooperatibva Harmonia querem ver definitivamente implantado na área.
De acordo com Erivaldo Melo, o modelo coletivo não está funcionando.
Os atrasos nos pagamentos dos trabalhadores são, segundo ele, constantes.
E os agricultores têm pouca ingerência sobre as decisões tomadas pela cooperativa.
Para completar o quadro, a assessora do Sintaf, Rafaela Neves, acusou o síndico da massa falida, Marivaldo de Andrade, de interferir de maneira indevida sobre a cooperativa Harmonia e de induzir os trabalhadores do Assentamento Miguel Arraes de aceitar decisões que lhes desfavoreciam como a tomada de empréstimos. “Muitos agricultores assinam documentos que não sabem o que significa”, contou ao Blog a assessora sindical.
O superintendente regional do Incra, Francisco José Nascimento, ouviu as lamentações do Sintaf e prometeu enviar para a área uma equipe de técnicos para investigar se o sindicato tem mesmo razão em suas críticas e se representa tantas famílias quanto diz.
FORÇA A nova ocupação da sede do Incra, prevista para o final da manhã desta quarta (5) e dessa vez promovida pela Cooperativa Harmonia e sindicatos rurais da mata sul (Catende, Água Preta, Xexéu, Jaqueira e Palmares), pretende ser uma demonstração de força e representatividade.
Eles contam com o apoio da Fetape e da Contag e querem levar cerca de 2,5 mil trabalhadores para o Incra.
Marivaldo de Andrade, síndico da massa falida e presidente do Sindicato dos Trbalhadores Rurais e Jaqueira, admite que possa haver “insatisfações localizadas” entre as famílias que vivem em terras da Usina Catende.
Mas afirma que a grande maioria concorda com a condução que vem sendo dada pela Cooperativa Harmonia.
Andrade lembra que, mesmo sem a posse legal das terras, que hoje ainda pertencem ao Incra, cerca de 2,2 mil das 4,3 mil famílias vivendo na área já trabalham sua própria parcela cujo tamanho varia de acordo com que cada um se propõre a produzir.
Outros 1,6 mil trabalhadores preferem ser assalariados. “Todos os recursos da reforma agrária naquele assentamento serão aplicados nas atividades produtivas individuais (familiares) e coletivas (cooperadas), na razão de 50% para cada uma dessas frentes de prdução. É um modelo de reforma agrária inovador e referencial, que combina uso coletivo e individual da terra e dos meios de produção”, diz o trecho de um documento elaborado pela Assessoria de Comunicação do Assentamento Miguel Arraes. “O que essas pessoas (as lideradas pelo Sintaf) querem é fatiar a terra para poder vender.
E isso não vamos aceitar”, afirma o síndico da massa falida, Marivaldo de Andrade.
Quanto à denúncia de intervir de maneira indevida sobre a cooperativa Harmonia ele rebate lembrando que já foi presidente da entidade e está ligado, desde o princípio, à luta dos trabalhadores da Usina Catende.
Tanto que foi nomeado para síndico da massa falida pela jutiça depois de ter sido indicado pelos trabalhadores.
Andrade acusa os dirigentes do Sintaf, e principalmente o diretor jurídico Erivaldo Melo, de tentarem obter dividendos político na zona da mata com a manipulação dos agricultores.
Continue acompanhando.
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