Se a promessa da Cooperativa Harmonia se confirmar, o trânsito do Recife vai parar nesta quarta (5).
Junto com sindicatos de trabalhadores rurais da mata sul, Fetape e Contag, a entidade garante que vai levar ao Incra, no final da manhã, cerca de 2,5 mil trabalhadores da antiga Usina Catende, que hoje integram o Assentamento Agroindustrial Governador Miguel Arraes.
Um comboio de 50 ônibus - conseguidos junto a sindicatos e prefeituras da Mata Sul - estaria chegando ao Recife neste momento e dirigindo-se à sede do Incra na Avenida Rosa e Silva, nos Aflitos.
A informação é do advogado da Fetape, Bruno Ribeiro.
A mobilização, que já está sendo chamada de Segunda Marcha ao Recife - a primeira foi realizada ainda em 1996, época em que foi decretada a falência da usina - é, na verdade, apenas um dos três compromissos dos trabalhadores na capital.
Eles também vão comparecer, às 15 horas, a uma audiência marcada pelo Ministério Público do Trabalho da 6a Região.
E, no final da tarde, ainda pretendem visitar o Tribunal de Justiça do Estado, onde teriam um encontro com o presidente Fausto Freitas.
Em cada um dos órgãos oficiais, os trabalhadores têm pautas específicas.
Mas, no geral, são dois os objetivos da comitiva.
Um deles é cobrar velocidade na regularização do assentamento, que precisa da rápida liberação de crédito para processar a cana da safra 2007/ 2008, garantindo o funcionamento da usina e evitando um prejuízo milionário para o conjunto dos trabalhadores e o próprio Incra.
O outro objetivo é fazer a defesa da massa falida e da coopertiva Harmonia - representante oficial dos assentados - contra uma série de denúncias que vêm sendo apresentadas ao Incra e ao Ministério Público do Trabalho, desde o início de julho, por duas entidades: o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, na pessoa de seu presidente Laan Izidoro, e o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Catende (Sintaf).
O síndico da massa falida, Marivaldo de Andrade, e a cooperativa Harmonia têm o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape) e da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Com os 2,5 mil trabalhadores que pretendem levar nesta Segunda Marcha ao Recife também querem mostrar que continuam como legítimos representantes de um processo único de reforma agrária no País.
Em 1995, quando foi decretada a falência da Usina Catende, os trabalhadores resolveram assumir o controle da empresa para que ela continuasse produzindo e permitindo o sustento de mais de quatro mil famílias de trabalhadores rurais e operários.
Mais informações daqui a pouco.