O presidente da Venezuela, Hugo Chavés, deu uma reprimenda pública na Petrobras, no começo do mês passado, cobrando pressa no projeto da refinaria de Pernambuco, depois de dois anos de lançamento da pedra fundamental, mas acabou sendo praticamente esquecido no evento desta terça-feira, em Suape.

Não havia nenhum representante da PDVSA no local.

Na sua fala, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrieli, disse que pretende fazer a parceria, mas parecer dar um recado público ao parceiro. “Não podemos parar.

Temos que continuar, enquanto avançamos nas negociações.

A refinaria tem um papel fundamental para o Nordeste, vai ajudar a reduzir as importações de diesel.

Esperamos o consórcio (com a PDVSA), mas faremos esta refinaria (de todo jeito, com ou sem ela)”, afirmou.

A pressa de Lula justifica-se.

Ele quer deixar a presidência, em 2010, com a refinaria em operação.

O início da produção foi antecipado de 2011 para 2010 não por outro motivo.

O governador Eduardo Campos também citou os venezuelanos, mas com o objetivo de louvar a memória do ex-governador Miguel Arraes.

Ele esteve na Venezuela, a pedido de Arraes, em 1997, para prospectar uma parceria semelhante. “Já naquela época Arraes viu uma parceria estratégica”, observou.

O Brasil e a Venezuela não se entendem sobre a composição acionária do empreendimento.

A Petrobras sugeriu 60% para o Brasil e 40% para a PDVSA.

Chavés ainda não respondeu.