Por Cecília Ramos e Jorge Cavalcanti Da editoria de Política do JC O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ontem às 22h05 no Recife.
Do Aeroporto Internacional dos Guararapes, seguiu direto para o hotel Atlante Plaza, no Bairro de Boa Viagem, na Zona Sul, na companhia do governador Eduardo Campos (PSB).
O prefeito do Recife, João Paulo (PT), chegou em outro veículo.
No saguão do hotel, Lula evitou à imprensa. “Só falo amanhã, só falo amanhã”, repetiu, referindo-se à inauguração do Cais 4 do Porto de Suape e ao início das obras de terraplenagem do terreno da Refinaria Abreu e Lima, nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, na região metropolitana.
Esta é a quinta visita de Lula ao Estado desde que tomou posse para o seu segundo mandato.
No saguão do hotel, o presidente atendeu o pedido de um casal de turistas de Brasília para posar para uma fotografia e alegou uma reunião com Eduardo para despedir-se rapidamente. “Tenho uma reunião com o governador agora.
Estou com um pouco de pressa”, disse. Às 22h20, Lula e Eduardo subiram de elevador para o 15º andar, onde o presidente ficou hospedado ontem.
João Paulo subiu logo em seguida.
Após cerca de uma hora, Eduardo disse que a reunião foi uma iniciativa do próprio Lula para discutir as ações do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). “Antes de sair de Brasília, o presidente pediu para falar com João Paulo.
Falei com ele (Lula) sobre data de licenciamento das obras (do PAC) e dos números sobre a infra-estrutura de Suape.
Lula queria saber da gente sobre as ações dos governos (estadual e municipal)”, contou Eduardo.
Já o prefeito também não perdeu a oportunidade de elogiar o presidente. “Dissemos a ele tudo o que tem sido feito para melhorar a vida dos pernambucanos.
A conversa foi muito aprumada”, afirmou.
João Paulo entregou um relatório sobre o PAC no Recife.
Além do trio, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho (PSB), e os deputados federais Carlos Wilson, Fernando Ferro e Maurício Rands (todos do PT) também foram à suíte presidencial.
O presidente da Companhia Integrada Têxtil do Nordeste (Citene), Pedro Ferri, chegou logo ao final.
Do primeiro escalão do governo federal, apenas o Ministro das Cidades, Márcio Fortes (PP), acompanhou o presidente no avião.
PEDIDO A desempregada Sônia Maria Ferreira, 49 anos, ainda conseguiu entregar um envelope branco nas mãos do presidente.
Sem emprego há três anos, ela apelou a Lula: “Presidente, guarde e leia depois, por favor”, disse.
Lula olhou rapidamente para o papel e o colocou no bolso direito do paletó. “Estou desempregada e desesperada”, disse Sônia, após Lula deixar o saguão do hotel. “Já entreguei uma carta igual a essa ao (prefeito) João Paulo, mas ainda não adiantou”, resignou-se.
Ela mora com mais seis pessoas.
Apenas duas trabalham, o que dá uma renda mensal de cerca de três salários mínimos, segundo contou.
Hoje, às 9h, Lula inaugura o Cais 4, que será utilizado para movimentação de granéis sólidos (minério, trigo e açúcar) e tem 330 metros de comprimento.
Não está previsto o discurso do presidente.
Falarão apenas o secretário nacional de Portos, Pedro Brito, e Fernando Bezerra Coelho.
O Cais 4 contou com R$ 108,8 milhões, sendo 90% do governo federal, segundo o Palácio do Planalto.
Uma hora depois, Lula dá o início simbólico à terraplenagem do terreno da Refinaria Abreu e Lima, onde está previsto um discurso do presidente.
Além de Lula, estão programados para falar ao microfone o prefeito de Ipojuca, Pedro Serafim (PMDB), o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e o ministro das Minas e Enegia, Nelson Hubner.
O empreendimento vai utilizar petróleo pesado do Brasil e da Venezuela e deve entrar em operação no segundo semestre de 2010.
Segundo a Petrobras, a refinaria contará com investimento total de US$ 4,05 bilhões.
Além das atividades na região metropolitana, Lula viaja a Aracaju (SE), onde almoça com o governador Marcelo Déda (PT). À tarde, Lula retornar a Pernambuco e visita o município de Petrolina (Sertão do Estado), para inaugurar, no final da tarde, a nova Escola Técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) na cidade.
O Senai investiu R$ 14 milhões na unidade, que foi ampliada e modernizada para ter a capacidade para atender até 6 mil alunos por ano, duas vezes mais que o número atual.