Da Folha Online Um dia depois de o PT decidir que vai discutir a sucessão presidencial com os partidos da coalizão, seis legendas que integram a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializaram nesta segunda-feira um bloco nacional de esquerda de olho nas eleições de 2008 e 2010.

PDT, PC do B, PSB, PRB, PHS e PMN se uniram para mostrar força para o próprio PT na escolha do candidato.

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) foi recebido na cerimônia de lançamento do bloco realizada hoje, em São Paulo, como um dos possíveis candidatos a presidente em 2010.

Mas amenizou o tom quando questionado sobre o assunto e preferiu exaltar o governo Lula, apesar de a platéia formada por quase 1.000 militantes –a maioria do PSB– gritar palavras de ordem como se já estivesse em campanha eleitoral. “Acho que discutir 2010 não é prudente para nenhum de nós, que temos a obrigação central de reforçar a possibilidade de êxito do governo Lula”, afirmou.

Depois, durante discurso para a militância, Ciro destacou a importância da unidade do bloco para realizar mudanças no país, o que só será possível por meio de eleição com candidato próprio. “Só faremos a política que o Brasil precisa se tiver a unidade de todas as forças diferentes dos valores de esquerda”, disse.

Ciro classificou como “absolutamente normal” o fato de o PT indicar o nome do candidato a presidente, pois é o partido “mais importante” do país. “Não tem nada demais que o partido mais importante brasileiro, que é o PT, pretenda lançar um candidato [A PRESIDENTE]de seus próprios quadros.

Isso é absolutamente normal”, afirmou.

Porém, o socialista não descartou a possibilidade de um dos partidos do bloco apresentar um nome para a sucessão presidencial. “O bloco, pelo mesmo argumento [DO PT]também tem a sua legítima pretensão individualmente [de lançar candidato]”, comentou.

O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) admitiu que a união dos partidos de esquerda é uma forma de se fortalecer para a disputa presidencial, inclusive entre os partidos da própria coalizão. “Na política, não conheço a história de se dar a vez a ninguém se você quer ter vez.

Só consegue as coisas na disputa, e é isso o que a gente está fazendo aqui [no bloco de esquerda].

Na política você tem que disputar e ter força, e é o que nós estamos procurando fazer”, afirmou o líder comunista, sobre a criação do bloco.