Na sexta-feira, o governador Marcelo Déda, do PT, de Sergipe, recebeu, no Palácio dos Despachos, a Caravana em Defesa do Rio São Francisco e do Semi-Árido Contra a Transposição.

Os membros da Caravana foram pedir ao governador que interceda para a construção de um processo de negociação com a Presidência da República sobre o assunto.

Curiosamente, esses grupos nunca quiseram discutir o projeto, mas impor sua visão de mundo, negando a importância da obra para o desenvolvimento regional.

Marcelo Déda atendeu ao pedido e se comprometeu a encaminhar a solicitação de diálogo à presidência. “Quero me colocar à disposição para ser um mediador.

Usarei todo o meu esforço para permitir que o Governo Federal abra uma conversação com os técnicos e as autoridades que são críticas à transposição do rio.

Espero que criemos as condições para que se possa discutir até a exaustão o tema”, afirmou o governador.

Durante o encontro, o governador fez questão de lembrar que durante a sua trajetória política sempre assumiu uma postura crítica frente ao projeto.

Segundo ele, a obra ainda provoca dúvidas em relação ao impacto ambiental que pode causar, à relação custo-benefício, e à situação dos estados do semi-árido que não serão contemplados com o abastecimento de água. “Não podemos aceitar que as obras sejam feitas sem se demonstrar que não há riscos para o São Francisco e que não haverá prejuízo para os estados que fazem parte da bacia.

Temos também que ter humildade para ouvir as vozes que representam o extremo Norte do Nordeste e que possuem uma opinião contrária.

O momento agora não é de enfrentamento pelo enfrentamento.

Temos que saber que o mais importante para o Nordeste é a criação de uma política de recursos hídricos para o semi-árido, e não apenas a transposição”, opinou.

Um dos membros da caravana e também do Comitê Hidrográfico da Bacia do São Francisco, professor Luiz Carlos Fontes, viu como positiva a resposta do governador Marcelo Déda ao pedido da Caravana. “O governador foi muito claro nas suas posições.

Ele se comprometeu de forma incisiva a fazer a interlocução.

Achamos que ele vai levar esse pleito ao presidente”, afirmou.