O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, presidente licenciado do PMDB da Bahia, utilizou, ontem à noite, cadeia nacional de rádio e televisão para defender as obras de transposição do Rio São Francisco.

O pronunciamento coincide com o aumento de movimentos organizados contrários à obra.

Na quinta-feira, a Caravana Nacional em Defesa do Rio São Francisco esteve em Salvador depois de passar por Belo Horizonte (20/8), Rio de Janeiro (21/8), Brasília (22/8), São Paulo (23/8), Recife (28/8) e João Pessoa (29/8).

Na capital baiana, participantes da mobilização ouviram do governador Jaques Wagner (PT) que ele vai pedir ao presidente Lula que reabra o diálogo sobre o projeto com os movimentos sociais.

Wagner é publicamente favorável à transposição.

Os manifestantes também garantiram realização de sessão especial sobre o tema.

Em seu pronunciamento, Geddel garantiu que a transposição do São Francisco é a única alternativa para desenvolver economicamente o Nordeste, dar acesso à água para populações do semi-árido e para diminuir as desigualdades regionais entre os Estados brasileiros. “Se houvesse alternativa melhor, certamente o governo a realizaria.

As outras alternativas apresentadas são complementares à transposição e já estão sendo feitas pelo governo”, assegurou.

O ministro também destacou que o rio, antes mesmo do polêmico projeto, já sofreu transposição de suas águas, em obra realizada para garantir o abastecimento de Aracaju (capital de Sergipe).

Geddel também destacou como vantagens das obras os investimentos de R$ 1 bilhão na revitalização do rio, que incluem a viabilização da Hidrovia do São Francisco por meio de dragagem, construções de redes de saneamento sanitário e recuperação de matas ciliares.

Outro destaque feito pelo ministro foi o programa Água para Todos, que se destina a dar acesso à água potável para populações ribeirinhas. “A transposição do Rio São Francisco é um grande programa de desenvolvimento sustentável do semi-árido necessário para romper de vez com o atraso da região”, afirmou.

Jornal A Tarde, da Bahia