O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, chegou agora há pouco para a reunião de governadores no Campo das Princesas fazendo uma ardorosa defesa da concessão dos incentivos fiscais. “Não somos atraentes sem a guerra fiscal.

Não temos infra-estrutura nem temos o maior mercado”, justificou, em entrevista a Sílvio Burle, intrépido repórter do Blog de Jamildo.

Os mesmos argumentos estão sendo apresentados pelos empresários locais para a equipe do governador Eduardo Campos, em busca da criação de compesações, se o fim da guerra fiscal ocorrer mesmo.

O Blog de Jamildo antecipou a discussão ainda na última sexta-feira.

Cássio defende a criação de mecanismos de substituição, para que os estados do Nordeste continuem atraindo empresas.

Não disse como.

Mas deu exemplos do que pode ocorrer. “No meu Estado, a Havaianas gera 7 mil empregos.

Quando acabar o incentivo, ela fecha as portas e leva tudo. É pelo porto de Santos que a empresa exporta sua produção.

Fica em São Paulo o seu maior mercado.

Assim, quando eu faço uma renúncia fiscal, eu estou comprando empregos. É muito bonito falar em fim da guerra fiscal (discurso adotado por Eduardo Campos, aliás).

Virou palavrão, mas é preciso ter coragem de defender a concessão de incentivos, até que se descubra algo para colocar no lugar”, defendeu.

Aqui no Estado, os pernambucanos assistiram um caso simbólico, em agosto do ano passado, se não me falha a memória.

A Vicunha fechou sua unidade em Paulista, mandando para casa 600 pessoas, logo após o fim dos incentivos, esgotados depois de 10 anos.

A crise do câmbio também ajudou, afetando as exportações e os lucros da firma.

Bahia Já o governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, criticou a guerra fiscal. “A guerra fiscal cria uma ilusão e muitas vezes prejudica o orçamento dos Estados”, afirmou, vendo a questão apenas pelo aspecto fiscalista (não se perde o que não se tem).

Ele disse concordar com a criação de um mecanismo de substituição, mas não soube dizer qual.

Uma das saídas seria o fundo de desenvolvimento da infra-estrutura para o Nordeste, prometido ainda no primeiro governo Lula.

Previa R$ 2 bilhões para serem divididos entre os estados.

Nunca saiu do papel.

PS: Acompanhe aqui no Blog de Jamildo toda a cobertura do evento.