Convocado pelo presidente Lula para ser bombeiro - em meio à crise do caos aéreo agravada pelo acidente do vôo 3054 da TAM em Congonhas - o ministro da Defesa Nélson Jobim tem demonstrado vocação para incendiário.
O que diabos ele foi fazer na casa de Renan Calheiros neste fim de semana?
Foi representando o presidente ou foi por conta própria?
E por que emitiu opinião sobre a tramitação dos processos que correm contra o senador no Conselho de Ética do Senado?
Ele disse, por exemplo, temer que o prolongamento da questão Renan prejudique os trabalhos do Congresso.
E afirmou que o senador está mesmo decidido a não renunciar. “O senador foi muito leal comigo quando houve a disputa no PMDB e eu não poderia deixar de fazer a visita”, argumentou.
No encontro, Jobim e Eduardo Ferrão - advogado de Renan e ex-sócio do ministro - aconselharam o presidente do Senado a divulgar nota oficial em que rebateu as novas acusações apontadas pelas revistas Veja e Época. “Ele (Renan) está muito bem assessorado por um ex-aluno meu (Ferrão).
Não há necessidade de conselhos.
Ele sabe o que está fazendo”, afirmou Jobim.
Integrantes do Conselho de Ética do Senado criticaram o encontro do ministro com Renan.
O senador Jefferson Peres (PDT-AM) considerou a reunião uma promiscuidade, uma vez que a votação do primeiro dos três processos contra o presidente do Senado está marcada para a próxima quarta.