Por Diogo Menezes Do Jornal do Commercio Um médico foi assassinado a tiros dentro de seu próprio carro, às 20h de ontem, na Avenida Agamenon Magalhães, em frente ao Hospital Português, na Ilha do Leite, área central do Recife.

Segundo informações de testemunhas, o gastroenterologista e intensivista Plácido Guimarães Salles, 35 anos, estava no Corsa Sedan de placa KIS-3705 e foi morto por dois homens em uma moto.

Os assassinos fugiram logo após o crime, sem ser identificados.

Mesmo depois de o médico falecer, seu carro ainda atropelou uma jovem de 20 anos e o filho dela, de 5, que estavam em cima da calçada, cruzou toda a avenida até cair no canal.

Plácido trabalhava nos Hospitais Santa Joana, Esperança, Osvaldo Cruz e Português.

Ele poderia ter saído de um plantão no Santa Joana e estar se dirigindo para o Hospital Esperança ou para o Português, já que, quando foi baleado, o carro estava na posição de que iria sair da pista principal da Agamenon para a via local, justamente em frente ao Português.

Durante todo o trabalho da polícia até o recolhimento do corpo pelo Instituto de Medicina Legal (IML), às 22h20, nenhum familiar de Plácido esteve no local.

A mulher atropelada, Janaína Araújo, estava com o filho no colo, andando pela calçada do Hospital Português quando foi atropelada.

Ela tinha saído do Pró-Jovem, onde estuda, e se dirigia à parada de ônibus.

Janaína teve fratura exposta em uma das pernas e foi levada para o próprio Hospital Português, onde permanecia até o fechamento desta edição, às 23h30.

O filho dela teve escoriações leves.

O caso foi registrado pela Força-Tarefa do Núcleo de Homicídios e será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Estava conversando com amigos quando ouvi os tiros.

O rapaz que foi morto trafegava na pista principal da Agamenon, no sentido Olinda-Boa Viagem.

Depois de receber os tiros, ele entrou na pista local, subiu na calçada e andou uns 50 metros arrastando o carro pelo muro do hospital.

Foi nesse instante que atropelou a mulher.

Em seguida, desceu da calçada e cruzou a avenida, só parando quando caiu no canal”, disse um taxista que presenciou o acidente, mas não quis se identificar. “A tragédia só não foi maior porque na hora em que cruzou a avenida, os carros estavam parados no sinal”, completou o taxista.

Segundo o perito Jaime Lemos, o corpo de Plácido apresentava oito perfurações à bala. “Tudo indica que foi uma execução, já que foram vários tiros e nada da vítima foi levado.

Mas não está descartada e hipótese de assalto”, disse a delegada Alcilene Marques, do Núcleo de Homicídios.