Da Agência O Globo O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) foi lançado informalmente pelo seu partido candidato à sucessão presidencial de 2010, na noite de quinta-feira (30).

Na abertura das comemorações pelos 60 anos do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), presidente da legenda, foi enfático ao afirmar que Ciro Gomes era o nome do partido.

No seu discurso, afirmou que o desafio do PSB, parceiro histórico do PT em todas eleições disputadas pelo presidente Lula, “é trabalhar para costurar a unidade dos partidos de esquerda numa candidatura única”.

Mas não citou a participação do PT na aliança. “Dizíamos eu e Ciro que nós sabemos a peleja que vem pela frente.

Temos consciência que o PSB precisa ser a linha que vai costurar muitas forças partidárias, políticas e sociais.

Não para termos um projeto de botar nome na rua.

Mais do que nome, que nós temos, temos é projeto para o nosso povo.

Mais do que uma missão partidária, nós temos é rumo para esse País”, enfatizou Eduardo.

Integrantes da Juventude Socialista gritavam palavras de ordem como “Brasil, urgente!

Ciro presidente!”.

O entusiasmo foi tamanho que o próprio Ciro fez gestos com as mãos pedindo calma.

Em outro momento do discurso, Eduardo ressaltou a lealdade de Ciro a Arraes, seu avô, explicitando que já havia um acordo para que Ciro fosse o presidenciável do partido: “Conhece a minha história e sabe que de onde eu vim, guardo os traços de nordestino, que palavra vale, não precisa de assinatura.

Nós vamos construir (sua candidatura) com tranqüilidade”, disse Eduardo Campos, dirigindo-se a Ciro.

As resistências a uma eventual aliança com o PT ficaram visíveis em vários momentos do discurso.

Eduardo chegou a fazer uma comparação implícita do PSB com o PT, ao afirmar que não havia tendências no seu partido. “Estive conversando com meu companheiro Ciro Gomes, antes de vir: esse partido aqui não tem tendência.

Esse partido tem diversidade, tem democracia interna.

Mas esse partido tem unidade, tem comando e tem pulso.

Esse partido tem projeto de construção do Brasil”, alfinetou Eduardo.