O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) encaminhou nesta sexta (31) ao Ministério Público do Estado (MPPE) e ao Ministério Público Federal (MPF) um relatório sobre a situação nas emergências e setores de apoio dos principais hospitais públicos de Pernambuco.
Segundo o vice-presidente do Simepe, Antônio Jordão, o objetivo principal do relatório - que constatou um déficit de 490 médicos nas oito unidades visitadas - é dar uma satisfação à categoria e à população. “Quando o movimento (dos médicos demissionários) foi encerrado no início do mês, muita gente dizia que nada seria resolvido sobre a condição das emergências”, contou Jordão. “Estamos fazendo a nossa parte”.
Ele afastou a idéia de que a entrega do relatório ao Ministério Público seja uma forma de pressionar o governo.
E disse que a secretaria de Saúde já foi procurada pelo Simepe para receber o documento. “Agora estamos esperando que eles nos chamem.
Não queremos criar tensões”.
CRONOGRAMA Antônio Jordão admitiu, no entanto, que desde o final do movimento dos médicos, o sindicato aguarda do governo um cronograma de ações que garantam um atendimento de qualidade nos hospitaias públicos do Estado. “Sabemos que não se tranforma a situação dos hospitais da noite para o dia”, afirmou. “Mas concordamos com o governador que, nesta semana, em reunião com o secretariado, cobrou celeridade de sua equipe”, disse, referindo-se ao encontro realizado no início da semana entre Eduardo Campos e seus secretários para fazer um balanço do governo e traçar metas.
O importante no momento, para o vice-presidente do Simepe, é que o governo estabeleça prazos e se comprometa com eles. “Quem faz este acompanhamento é o Ministério Público”, avaliou.
Na sua opinião, desde que se encerrou o movimento dos médicos demissionários, ainda não foi feita nenhuma ação por parte do governo neste sentido. “De prático, não conseguimos vislumbrar nenhuma ação em execução até o momento”, contou. “Pode ser que já existam idéias na cabeça das pessoas ou até mesmo já encaminhadas, mas ainda não vimos”.
Ele cobrou, por exemplo, a contratação de médicos temporários para recompor as equipes enquanto não são realizados concursos públicos.
VISITAS O dirigente do Simepe lembrou que o governo do Estado tem um compromisso firmado em abril com o MPPE para concluir, até setembro, um estudo sobre a necessidade de médicos nos hospitais públicos.
Nas visitas que fez este mês para realizar seu relatório, o Simepe concluiu que há um déficit de 490 médicos nas principais unidades hospitalares do Estado.
Até agora, já foram visitados o Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), o Hospital Otávio de Freitas, Agamenon Magalhães, Barão de Lucena, Getúlio Vargas, Restauração e PAM de Areias, todos no Grande Recife, além do Hospital Regional do Agreste, em Caruaru.
Daqui a pouco, a situação encontrada pelo Simepe em cada um dos hospitais.