O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) disse agora à tarde em entrevista coletiva no Palácio do Campo das Princesas, que a oposição ao presidente Lula (leia-se PSDB) é “potencialmente favorita nas eleições de 2010”.
Aliado e ex-ministro do governo, Ciro sustentou sua tese destacando o peso que teria uma aliança entre os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, ambos do PSDB. “Um acordo entre Serra e Aécio reuniria as forças que estavam juntas antes da revolução de 30”, disse o parlamentar, referindo-se à chamada “política do café com leite” - café de São Paulo, leite de Minas - que marcou a primeira fase da República brasileira, quando uma aliança entre os dois Estados garantia a alternância no poder de paulistas e mineiros.
Até que a revolução de 1930 levou Getúlio Vargas à Presidência.
Para Ciro Gomes, só existem duas maneiras de enfrentar a ameaça representada pelo PSDB.
A primeira é que o presidente Lula, lá em 2010, “esteja pilotando um incontrastável sucesso”.
Ele diz que no momento, tudo está correndo bem com o governo.
Mas seria prerciso manter o pique.
E, neste sentido, a implementação das ações do Plano de Acelaração do Crescimento (PAC) têm uma importância fundamental. “Desejo que ele (Lula) acerte o PAC, que está com alguns problemas de gestão, alguma lentidão”, afirmou o deputado.
A segunda condição básica para superar os oposicionistas em 2010, de acordo com Ciro Gomes, é que o arco de forças que dá suporte ao presidente “tenha juízo”, sem colocar ou vetar nomes antes do tempo.
Para ele, o PT tem passado por um processo de amadurecimento, que permite a conversa com todos os partidos aliados de modo a achar uma candidatura de consenso. “Em 2006, eles mostram esse amadurecimento quando apoiaram Cid (Gomes, do PSB) já no primeiro turno no Ceará e Eduardo, no segundo, aqui em Pernambuco”, avaliou.
Sobre a definição de uma candidatura do PSB à presidência, tanto Ciro quanto Eduardo preferiram desconversar.
Eles fizeram elogios recíprocos e esquivaram-se de assumir a posição de nomes preferenciais do partido.
Cada um apontou o outro como quadro preparado para assumir a tarefa de concorrer à sucessão do presidente.
Vamos ver no que dá.