Ruy Fausto, professor emérito de filosofia da USP, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, fala da desorientação da esquerda no Brasil criticando desde os que segundo ele pertencem à “extrema esquerda niilista intelectual” até os que, saindo da esquerda, se aproximaram recentemente do PSDB.

No meio do caminho, encontra e ataca intelectuais petistas que tentaram negar a existência do mensalão -o caso mais estridente desse tipo de atitude, não nomeado por ele, é o da filósofa Marilena Chaui. “Lamentavelmente, parte da intelectualidade do PT tomou a defesa do partido, e portanto dos corruptos, e pôs a culpa na imprensa pelo escândalo, como se ela tivesse montado o essencial”, afirma. “A tendência a transformar tudo em complô da mídia é propriamente lamentável, e mostra a total desorientação de parte da intelectualidade petista.” FOLHA - No livro, o sr. indica ter ainda confiança na capacidade de o PT representar um projeto de esquerda democrática no país.

Num comentário, entre colchetes, afirma em seguida que essa crença se perdeu.

Como foi?

FAUSTO - É.

Quando escrevi o artigo, creio que foi em 2004, ainda tinha esperança no PT, depois perdi.

Diria que foi impossível continuar a acreditar no PT, desde que se revelaram os primeiros escândalos ligados ao chamado mensalão.

O assunto corrupção é sério demais para ser considerado de um modo ligeiro, para quem acredita em democracia.

Lamentavelmente, parte da intelectualidade do PT tomou a defesa do partido, e portanto dos corruptos, e pôs a culpa na imprensa pelo escândalo, como se ela tivesse montado o essencial.

A tendência a transformar tudo em complô da mídia -que está longe de ser inocente, principalmente na sua atitude para com o governo Lula, mas, no caso do mensalão, fora as diatribes sinistras contra intelectuais do PT proferidas por certa revista, ela acertou muito mais do que errou- é propriamente lamentável, e mostra a total desorientação de parte da intelectualidade petista.

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